Com a temporada eleitoral prestes a começar, avizinha-se uma civilizada transição de governo. Sinais neste sentido surgiram na semana passada com o anúncio de corajosas medidas impopulares por parte da gestão Lula.
Significa que a luta renhida pelos votos não resultará no sangramento da saúde que exibe o país. É bom que seja assim.
Após inúmeros sinais amarelos, o governo tirou o pé do acelerador do aumento descontrolado dos gastos públicos. Para garantir uma expansão equilibrada do crescimento econômico, foi anunciado um corte adicional de R$ 10 bilhões nas verbas do Orçamento.
A intenção é evitar uma explosão inflacionária que poderia ameaçar boa parte das conquistas econômicas e sociais dos últimos anos.
Como o governo já havia contingenciado outros R$ 21,8 bilhões anteriormente, serão mais de R$ 30 bilhões bloqueados. Isso significa retirar cerca de 1% do PIB de circulação.
A ideia é diminuir, preferencialmente, os chamados gastos de custeio, como passagens, luz elétrica, material de escritório, diárias etc.
Esta é a boa economia, que não prejudica a prestação de serviços aos cidadãos.
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A medida é necessária porque o freio na liberação de verbas do Orçamento diminui a quantidade de recursos na economia.
O excesso de moeda, ao invés de trazer desenvolvimento a uma nação, pode levá-la a desequilíbrios incontroláveis: a curva do consumo (demanda) descasa da da produção (oferta), e, com isso, desloca o nível de preços para o alto. A isso se dá nome de inflação.
O Brasil já sofreu por décadas com o drama e não deve correr riscos novamente.
De acordo com os economistas do governo, o máximo que o país consegue crescer sem uma alta de preços é 6%. Sem o corte, a previsão de aumento do PIB este ano era superior a 7%.
Há quem diga que o PIB potencial não ultrapasse 4,5% de crescimento anuais.
Em qualquer das hipóteses, é bom evitar riscos.
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É bem-vinda a responsabilidade no trato com o dinheiro do cidadão que o atual governo agora exibe.
É de se esperar que já não tenhamos atravessado o sinal amarelo da prudência para termos que frear bruscamente diante do sinal vermelho do alarme.
É o interesse de todos que o país continue a avançar.
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