"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 26, 2010

"PROFISSÃO" POLÍTICO COM CLT.

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Em um país com escassez de vagas de trabalho formal, receber o recurso extra é quase uma bênção. Já no seleto mundo dos políticos, a realidade é bem diferente, especialmente, em 200 municípios mineiros, nos quais o pagamento do benefício natalino foi criado na canetada.

Nessas cidades, o recurso foi incorporado ao contracheque de prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários graças à aprovação de leis municipais, todas consideradas inconstitucionais pelo Ministério Público (MP), que já acionou a Justiça na tentativa de revogá-las.

Como ainda não houve sentença, os beneficiados alegam que não veem problema algum em abrir mão do recurso extra, desde que haja uma ordem judicial.

Em BH, o benefício foi estendido ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), ao vice Roberto Carvalho (PT) e aos 41 vereadores, além de todos os secretários de primeiro e segundo escalão. Dois projetos foram aprovados pela Câmara, em 2008, prevendo o pagamento a partir de 2009 com o nome de “ajuda de custo”, no valor de R$ 19.080 para o prefeito, R$ 12.783 para o vice e R$ 9.288 para os parlamentares.

Nova Lima os valores podem alcançar cifras vultuosas. O prefeito Carlinhos Rodrigues (PT) tem direito a R$ 21.946,98. Os secretários de governo, R$ 6.866,54, e os vereadores, R$ 5.626.

É bricadeira? Pior que não é não :

Sem qualquer constrangimento, o atual presidente do Legislativo local, vereador Sebastião Ribeiro da Silva (PSDB), o Tião Vermelho, contou que usa parte do dinheiro que ganhou para fazer assistencialismo em troca de apoio político.

“Não é o meu caso, mas os vereadores ficam reclamando que várias cidades pagam o 13º salário. Se o juiz falar que não pode pagar, a gente vai parar de pagar na hora, apesar de ser um dinheiro que sempre chega em hora boa.
Mas dinheiro de político, você sabe como é, acaba servindo para pagar conta de luz, de água ou telefone. Isso é normal em cidades pequenas, onde os vereadores ganham uma mixaria e não sobra nada”, reclamou.

O presidente da Câmara, Ronaldes Gonçalves Marques (PDT), que, por alguns segundos, sofreu um lapso de memória, apresentou a seguinte versão: “13º salário?…É verdade, nós recebemos aqui. Estava confundindo com gratificação de reunião extraordinária”.

Entenda o caso :

Canetada paga 13º a políticos de 200 cidades de Minas

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