"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 06, 2010

CONGRESSO/FICHA LIMPA E RUI BARBOSA.

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Temer admite dificuldade para votar projeto da ficha limpa neste ano

Para uma resposta à matéria acima reproduzo um post feito em 29/10/09

Mais atual do que nunca...

A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.

A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços.

Semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão.

Habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte.

Promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus.

O homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

Essa foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime (na Monarquia).

O homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas.

Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto (o Imperador, graças principalmente a deter o Poder Moderador).

Guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade.

Por Rui Barbosa, escrito em 1914.


Em tempos passados esse brasileiro, mais do que uma advertência, deixou uma profecia.

Nos anos recentes, em parte pela impotência da população.

E em maior grau pela silenciosa cumplicidade dos que deveriam zelar por tudo o que Rui Barbosa disse.

Terminamos envolvidos por essa selva de iniquidades.

Em nosso caso, só uma queimada põe tudo isso no chão.

É isso ou viver na selva para sempre.

Pai....Que lugar é esse???

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