"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 06, 2010

QUEM FALA O QUE QUER, OUVE OU LÊ O QUE NÃO QUER OU GOSTA!

http://www.agencia.fapesp.br/fotos/2009/53/foto_dentro11557_1.jpg
Delinquente de Rapina (DR) :
“são lobos em pele de cordeiro(oposição), fáceis de identificar. Muitas vezes, as mãozinhas de lobo aparecem debaixo da pele. Num dia, dizem que vão continuar o trabalho do presidente Lula; no outro, mostram as patinhas de lobo e
aí ameaçam acabar com tudo”.
Acabar com tudo, o quê? Como? Se não existe! Muito interessante.
Eles dizem que a oposição não tem discurso, mas, estão na mesma toada da discurseira do me engana que eu gosto, ou seja, estão vivendo de "previsões" e muito pouco de realizações.

PAC: prometa dois, entregue meio

O governo Lula lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2.

Deve ser caso único na história em que uma nova ação é anunciada sem que a anterior mal tenha começado:
até agora, o PAC lançado há três anos e dois meses só completou 11% das obras previstas.

Há um lado bom no evento de hoje:
ele escancara com todas as cores o fato de as ações da gestão petista mirarem exclusivamente o marketing e os objetivos eleitorais. Realizá-las e, com elas, beneficiar a população é algo de menor importância para o PT.

O PAC foi uma grande sacada do departamento de propaganda petista.
Enfeixa numa marca-fantasia um monte de obra que já existia; junta outro tanto que o setor privado já programara fazer; adiciona cifras liberadas para empréstimos que terão de ser pagos por seus tomadores; e é temperado com uma boa dose de contabilidade criatividade.

Tudo adicionado, oferece-se ao distinto público vistosas somas de investimentos, num tom do "Brasil Grande" do regime militar.

Entre a embalagem e a realidade vai distância enorme. O ritmo das obras é sofrível; o descuido com procedimentos prudentes - como licenciamentos adequados e cálculos de custos precisos - é evidente; a manipulação eleitoral é gritante, com "inaugurações" feitas em meio a barro e que a mais barro retornam horas depois.
Vejamos isso em números.


Dos 12.163 empreendimentos do PAC 1, apenas 1.378 foram concluídos (10,7%), de acordo com levantamento da ONG Contas Abertas.
Além disso, mais da metade (54%) das ações listadas nem mesmo saíram do papel.
(Estamos falando de um governo que governa há sete anos e três meses e de um programa que existe há três anos e dois meses!)

Mas a ineficiência não impede que Lula e dona Dilma viajem pelo Brasil para "inaugurar" empreendimentos que voltarão a ser canteiros de obras, como revelou a Folha de S.Paulo. O jornal mostrou que, de 22 obras entregues pelo presidente e pela ministra desde outubro, 13 (60%) não funcionam efetivamente. Em um dos casos, a barragem inaugurada em Jenipapo de Minas (MG) não tem licença ambiental nem prazo para entrar em operação.

Há artimanhas de todos os tipos, para todos os gostos. O repertório também inclui inaugurar obras que não tiveram um centavo investido pelo governo federal, como mostrou O Globo.

Os exemplos vão do Hospital da Mulher de São João de Meriti (RJ) a um posto de saúde bancado exclusivamente pela prefeitura de Juiz de Fora e pelo governo de Minas - ambos tucanos.

A pantomima vai mais longe e afronta a lei. Lula e Dilma não se furtaram a inaugurar obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU), como foi o caso da Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária (PR), há duas semanas.

Ou a "inaugurar" repetidamente obras que ainda nada são, como o Complexo Petroquímico do Rio, três vezes visitado pelo presidente e sua candidata-ministra, e igualmente condenado pelo TCU.

O problema do PAC 1 não é apenas o atraso ou a inexistência das obras. A forma como o programa se apresenta é incrível e deliberadamente enganosa.
Dá-se a entender que esforços de municípios, estados, empresas particulares, investidores estrangeiros e mesmo cidadãos sejam méritos exclusivos do governo federal.

Na linguagem popular, trata-se da velha cortesia com chapéu alheio.

A participação efetiva do governo federal é irrisória. De todo o conjunto de ações do PAC, estimados em R$ 643 bilhões pelo governo, coube à União desembolsar até agora apenas R$ 27,2 bilhões, de acordo com o Siafi. Isso equivale a 4,2% do anunciado pela propaganda.

De novo: tudo isso, passados três anos e dois meses de existência do programa.

Com tantas artimanhas, o PAC revela-se tão artificial quanto a candidata que dele se vale para tentar perpetuar-se no poder.

O país precisa de fato de obras estruturantes, mas precisa de alguém que as saiba fazer - algo que os jornais não se cansam de mostrar que está ocorrendo na São Paulo de José Serra.


O PT optou pela empulhação, como, mais uma vez, se vê no lançamento do PAC 2.
Papel aceita tudo; o eleitor não
.

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