Flávia Foreque
Thiago Herdy
No ano passado, quando a ministra Dilma Rousseff comemorou o carnaval em Recife, perguntou ao prefeito da cidade, João da Costa (PT), se o maracatu era um bloco carnavalesco.Este ano, a pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto volta à capital de Pernambuco para curtir a data festiva, e espera não ser alvo de críticas da oposição por mais um deslize.
Na época, deputados estaduais chegaram a subir na tribuna para criticar o episódio.
“Não foi nada demais. Quem não é do estado não é obrigado a conhecer.
Quem está numa disputa política como essa vai ser mais observado”, minimiza o líder do PT na Câmara, deputado federal Fernando Ferro (PE).
A oposição, óbvio, aproveita cada ato falho da ministra para criticar sua candidatura à Presidência.
Na terça-feira, Dilma trocou Governador Valadares por Juiz de Fora: um equívoco geográfico de pelo menos 450km |
Em visita a Minas Gerais para visitar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Dilma chamou a cidade em que discursava de Juiz de Fora quando, na verdade, estava no município de Governador Valadares.
Ao visitar o bairro Palmeiras com a comitiva do presidente, Dilma ainda chamou o lugar de Palmares.
“Quem de nós nunca trocou um nome de cidade?”, rebate o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG).
O petista argumenta que os deslizes não têm impacto no eleitorado e que em nada interferem a capacidade de governar da candidata.
“Ela não é do ramo, confunde lugares, pessoas. Esse tipo de gafe quebra a identidade entre o candidato e o eleitor”, afirma o líder do Democratas no Senado, José Agripino (RN).
Os episódios acabam causando constrangimentos à ministra.
No ano passado, em Roraima, a troca de nomes não foi bem recebida quando a mãe do PAC participava da inauguração de um terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Boa Vista.
“Esse país está mudando e Rondônia mudando mais rápido que nosso país”, afirmou, para cerca de 15 mil pessoas na capital de Roraima.
Em seguida, um pequeno silêncio seguido de vaia anunciou o erro.
A ministra então desculpou-se pelo equívoco.
Localizador
As gafes da ministra Dilma foram alvo de críticas de deputados estaduais do PSDB na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Depois de discursar no plenário, o ex-secretário de Saúde do governo de Minas, o deputado estadual Marcus Pestana (PSDB), entregou um localizador por satélite (GPS) ao líder do PT, o deputado Padre João (PT), para que a ministra se oriente e não chame mais Governador Valadares de Juiz de Fora.
“Há um grande esforço dos companheiros do PT para tornar a Dilma mineira.
Mas confundir minha Juiz de Fora e Valadares é uma gafe imperdoável para uma candidata que quer ser presidente.
Por isso, peço ao Padre João que entregue esse GPS à ministra, para que ela se localize em Minas Gerais”, disse Pestana.
O deputado Lafayette Andrada (PSDB) pegou carona e levou a Padre João um mapa de Minas.
“Confundir Guarará e Maripá, cidades pequenas na Zona da Mata, é uma coisa.
Mas Valadares e Juiz de Fora, francamente, não é aceitável.
São mais de 450 quilômetros de distância, dá para atravessar Portugal quatro vezes!
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