"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 12, 2012

Marcos Valério agora avisa que não vai dar novos depoimentos


Como no jogo de xadrez, o empresário Marcos Valério, conde-\ nado a 40 anos, 4 meses e 6 dias de prisão como operador do men­salão, agora manda um recado: não quer mais prestar novos de­poimentos porque se considera "absolutamente convencido que é inútil colaborar com a Justiça".

Pelo criminalista Marcelo Leo­nardo, seu advogado de defesa desde antes do mensalão, ele se revelando inútil", afirmou Leo­nardo, veterano criminalista es­tabelecido em Belo Horizonte.

Os argumentos do operador do mensalão indicam que sua meta, quando fez a delação ao Ministério Público Federal, era mesmo alcançar redução de pe­na no processo do mensalão ou até o perdão judicial - em 24 de setembro já tinha sido condena­do pelo Supremo Tribunal Fede­ral, mas o tamanho da pena a ele imposta ainda não havia sido estabelecida. Tais benefícios são concedidos ao réu que colabora com a Justiça, apontando parti­cipações e atos de outros inte­grantes de uma organização cri­minosa.

"Ele não tem nenhuma dispo­sição de colaborar com a Justiça porque entende que é inútil", rei­tera o advogado. "Na Ação Penal 470 (mensalão) colaborou com as investigações desde o início, foi ele quem fez referência a em­préstimos, quem forneceu uma lista com os nomes de todas as pessoas beneficiárias do esque­ma, esclareceu datas, valores e formas de recebimento e, apesar disso, apesar de ter colaborado tão intensamente, foi quem rece­beu a maior condenação."

Marcelo Leonardo afirma que seu cliente não teve nenhuma vantagem por ter contribuído com a Justiça e o Ministério Pú­blico no processo do mensalão. "Nada ele obteve, nenhum bene­fício de redução da pena. Daí sua avaliação de que é inútil conti­nuar colaborando com a Justiça. Não tem nenhuma disposição de prestar quaisquer outras de­clarações a quem quer que seja."

"Se for chamado por autori­dade que tenha poder de convo­car ele comparecerá, como tem comparecido a todos os luga­res onde foi formalmente inti­mado ao longo dos últimos 7 anos. Ainda recentemente (Marcos Valério) já prestou ou­tras declarações a diferentes autoridades." 
O Estado de S. Paulo

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