Nem o boom econômico nem o julgamento do mensalão conseguiram evitar que a política brasileira deixasse de ser tachada como corrupta em produções de origem americana.
No capítulo do seriado Person of interest exibido no Brasil na última quarta-feira pela Warner Channel, a protagonista era Sofia Campos, filha de um diplomata brasileiro que sempre se atrasa para eventos oficiais e que pretende concorrer à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo o episódio, que usa reportagens fictícias escritas em português como imagens de apoio para dar corpo à trama, o grupo político que está no poder no país desde 2002 está envolvido em fraudes eleitorais e tem membros suscetíveis a subornos.
A série Person of interest faz sucesso desde o ano passado ao narrar a história de um bilionário misterioso que desenvolveu um programa de computador capaz de vigiar indivíduos e antecipar sua participação em crimes seja como vítima, agressor ou testemunha. Em cada capítulo, o espectador acompanha a solução de um único caso.
No terceiro capítulo da segunda temporada, exibido na americana CBS no dia 18 do mês passado, os políticos brasileiros estão na mira. A morena Sofia Campos, interpretada pela mexicana Paloma Guzmán, é a filha indomável de Hector Campos diplomata destacado para atuar no fictício consulado de Nova York e que é candidato à presidência do Brasil pelo PT.
Sofia foi aceita em Oxford explica a voz do misterioso milionário em off já no segundo minuto da trama. E o partido político do pai dela foi acusado de fraude na última eleição. Sequestros políticos não são incomuns no país dela.
E, enquanto apresenta a protagonista, o seriado usa como imagens de apoio matérias fictícias publicadas por sites brasileiros sobre o PT. Numa delas, o título é claro: DEM acusa de fraude o comitê eleitoral do PT. No corpo da matéria, informa-se que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investiga o partido.
Quando Hector Campos entra em cena, a voz do milionário volta ao off e destaca que o diplomata não aprova o namoro de Sofia com um mauricinho de Nova York chamado Jack. A campanha política de Hector salienta igualdade socioeconômica para todos. Enquanto isso, sua filha passeia pela cidade com um cara rico.
Enquanto Sofia se envolve com narcotraficantes, o seriado levanta a hipótese de uma conexão entre a máfia e a política brasileira. E Sofia não colabora. Ela já teve mais de seis seguranças este ano, ninguém consegue acompanhá-la explica o pai, ao contratar mais um brutamontes. Nem os seguranças do consulado? questiona ele. Não. Eles são brasileiros. Suscetíveis ao suborno político, à espionagem, a vazar fofocas para a imprensa.
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