"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

novembro 30, 2012

brasil maravilha dos FARSANTES II : Superávit do governo central cai 25,4%

O crescimento das despesas numa velocidade quase duas vezes maior do que a das receitas provocou uma queda de 25,4% do esforço fiscal que o governo federal fez de janeiro a outubro deste ano para o pagamento da dívida pública. O superávit primário do chamado governo central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central, no período foi de R$ 64,71 bilhões, valor R$ 22 bilhões menor do que no mesmo período do ano passado.

Enquanto as despesas avançaram 12,1%, as receitas tiveram alta de apenas 6,7%, refletindo a desaceleração do crescimento econômico e as desonerações tributárias concedidas pelo Ministério da Fazenda.

Os dados do Governo Central, divulgados ontem, mostraram que as despesas registraram uma expansão 5% acima do crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Na direção oposta, as receitas tiveram uma queda de 0,2%. Esse desequilíbrio entre despesas e receitas, agravado ao longo destes últimos meses do ano, fez com que o governo abandonasse o compromisso de cumprimento da meta fiscal integral prevista para o ano para as contas de todo o setor público (União, Estados e municípios), de R$ 139,8 bilhões.

O governo vai usar a prorrogativa prevista na política fiscal de abatimento das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para reduzir o valor das despesas usado na conta.

Com essa decisão, o governo espera utilizar R$ 25,6 bilhões das despesas do PAC para atingir a meta. Até outubro, essas despesas somavam R$ 26,6 bilhões e é bem provável, segundo apurou o Estado, que o governo precise lançar mão de um volume maior de abatimento para cobrir o resultado desfavorável das contas dos governos estaduais e municipais. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que, por enquanto, não cogita fazer um desconto maior do que o anunciado, mas admitiu que a situação dos Estados precisa ser acompanhada.

Apesar do esforço fiscal menor, o governo não conseguiu até agora deslanchar os investimentos. Em 10 meses, os investimentos totais pagos cresceram 22,9%, atingindo R$ 50, 9 bilhões. A maior parte desses gastos - R$ 33,33 bilhões - foram de investimentos do Orçamento do ano passado.
 
ADRIANA FERNANDES , RENATA VERÍSSIMO O Estado de S. Paulo 

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