As metas de produção da Petrobras estão agora mais realistas, disse nesta segunda-feira a presidente da estatal, Maria das Graças Foster.
A empresa não conseguiu cumprir os objetivos projetados nos anos anteriores porque eles eram muito ousados, afirmou ela durante o detalhamento do novo plano de negócios da companhia, para o período entre 2012 e 2016.
A petrolífera prevê agora uma redução de 1 milhão de barris de petróleo na nova curva de produção, anunciou Foster. A projeção anterior era de uma queda de 700 mil barris por dia. A baixa eficiência da bacia de Campos, de onde provém a maior parte do petróleo extraído no Brasil, é uma das principais causas da redução da curva de produção projetada pela Petrobras para os próximos anos.
Os investidores receberam mal os anúncios da companhia, e as ações da Petrobras despencaram 7,5% na manhã desta segunda-feira. O desempenho da empresa acabou arrastando para baixo o índice Ibovespa, da Bolsa de São Paulo, onde tem peso de 11%.
A empresa pretende manter seu nível de endividamento abaixo de 35% em relação ao seu capital.
O novo plano de negócios detalhado hoje foi anunciado no último dia 14 e é o primeiro sob o comando de Graça Foster, que chegou à presidência da estatal em fevereiro.
Companhia espera paridade de preço de combustível no médio prazo
Se não resolve todos os problemas de caixa da empresa, o reajuste dos preços dos combustíveis anunciado na última sexta-feira pela Petrobras traz um alívio para a companhia, disseram executivos da estatal.
Segundo eles, a empresa buscará agora trabalhar com uma paridade com as cotações internacionais.
Uma revisão dos preços dos combustíveis abaixo das expectativas já nos dá a luz para trabalharmos de forma continuada. Mas trabalhamos com a paridade internacional e ponto disse a presidente.
O diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse que o realinhamento se dará no longo prazo.
O preço da gasolina o óleo diesel ficaram respectivamente 7,83% e 3,94% nas refinarias nesta segunda-feira, mas os aumentos não serão repassados ao consumidor porque o governo zerou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), tributo cobrado sobre combustíveis.
Segundo cálculos do economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a medida aumentará o caixa da Petrobras em torno de R$ 420 milhões por mês.
Graça Foster prevê que o preço do petróleo do tipo Brent seja de US$ 110,82 por barril em 2012, na média, e caia para um patamar de US$ 90 no longo prazo.
Segundo o diretor de Exploração e Produção da estatal, José Formigli, a empresa tem 19 novos projetos de produção de petróleo até 2016 e 38 projetos previstos até 2020. No curto prazo, entretanto, a companhia terá que lidar com atrasos nas entregas das sondas.
Metade das 14 sondas esperadas pela Petrobras para este ano estão atrasadas, disse o diretor de Exploração e Produção.
Graça Foster afirmou que o fato de haver menos projetos em etanol no plano da estatal para os próximos quatro anos ocorre em função de poucas oportunidades efetivas de investimento na área.
O Globo
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