"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 05, 2012

E NA "maior copa de todos os tempos" PONTAPÉ NO TRASEIRO, VAGABUNDO, BOQUIRROTO...

Marco Aurélio Garcia chama Jérôme Valcke de vagabundo e diz que ele não arrumou problema para o governo, e sim para a entidade

O assessor especial para assuntos internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, chamou ontem Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, de vagabundo, por ter dito que Brasil não estava organizando a Copa do Mundo como deveria e, por isso, seus dirigentes mereciam um pontapé no traseiro.

- O interlocutor (da Fifa) já está riscado. Esse cara é um vagabundo! - reagiu, pouco depois de chegar a Hannover, Alemanha, na comitiva da presidente Dilma Rousseff.

Garcia disse que a presidente não discutiu o assunto na viagem para Alemanha.

- Imagina! A presidente tem coisas melhores para se irritar do que com os comentários de um boquirroto...

Obras no ritmo brasileiro

Assim como Aldo Rebelo, ministro do Esporte, que em resposta a Valcke anunciou que a Fifa terá de substituir seu interlocutor porque o governo não o reconhece mais como alguém capaz de conduzir as relações entre a entidade e as autoridades brasileiras, Garcia se mostrou particularmente irritado com a linguagem do secretário-geral.

Segundo o assessor de Dilma Rousseff, ele não acredita que Jérôme Valcke estivesse falando em nome da Fifa:

- Não me parece que bunda seja uma palavra para ser usada no âmbito diplomático, mesmo se traduzida como traseiro - disse Garcia.

O assessor especial da presidência também afirmou que Jérôme Valcke mordeu a língua porque acabou criando um problema para a entidade e para ele mesmo:
- É um boquirroto. Ele não criou um problema para nós:
criou um problema para a Fifa - resumiu.


Quanto ao mérito da crítica do secretário-geral da Fifa, de que o país está atrasado em vários aspectos em relação à Copa de 2014, em especial quanto a aprovação da Lei Geral e melhorias de aeroportos e transportes terrestres, o assessor especial da presidência disse que o Brasil não tem o mesmo ritmo dos europeus e que as obras necessárias "serão feitas do nosso jeito".

Aproveitando o incidente diplomático, Marco Aurélio Garcia alfinetou Valcke, de cidadania francesa:
- Os franceses nunca se deram bem mesmo com o colonialismo no Brasil.

Deborah Berlinck O Globo

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