No relatório de inflação do terceiro trimestre, divulgado hoje pelo BC, a autoridade monetária revisou para baixo a previsão de crescimento para este ano, de 4% para 3,5%, mas elevou a estimativa de inflação.
No cenário de referência, que supõe que a taxa de juros continuará em 12% e que o câmbio permanecerá em R$ 1,65 por dólar, ou seja, não leva em conta a disparada recente da moeda americana, o IPCA fechará o ano em 6,4%, bem acima dos 5,8% projetados anteriormente.
Ou seja, na visão do BC, a inflação encostará no teto da meta (6,5%) em 2011. Além disso, diz que a probabilidade de ultrapassar esse patamar este ano é de 45%.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, vinha dizendo que a inflação convergiria para o centro da meta (4,5%) no ano que vem; o relatório prevê, no entanto, que o IPCA não ficará em 4,5%, mas em 4,7%, pouco abaixo do previsto no documento anterior (4,8%), em 2012.
O IPCA só voltaria para o centro da meta no 2º trimestre de 2013, de acordo com o relatório do BC.
Essas previsões são as primeiras divulgadas após o Copom cortar os juros em 0,5 ponto na reunião de 31 de agosto.
O economista Luiz Roberto Cunha, professor da PUC-Rio, analisou o relatório e destacou um trecho que diz que "ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".
- Se o BC se comunicasse bem, coisa que não faz, isso significaria que os próximos cortes seriam modestos, mas não dá para afirmar isso - diz.
Segundo o professor, o BC se mostra preocupado com vários riscos - "e faz uma argumentação bem feita sobre eles", mas centra a atenção no agravamento da crise internacional que, de acordo com Cunha, pode não provocar a queda dos preços no Brasil, como o BC acredita.
- O parlamento alemão votou hoje a ampliação do fundo de resgate. A Europa vai empurrar a crise com a barriga, para ganhar tempo de blindar os bancos franceses, se organizar, antes do calote da Grécia. Mas o BC acha que um doble dip (duplo mergulho) é mais provável - afirma.
Quando explica as razões para ter revisado para baixo a projeção para o crescimento do PIB deste ano, o BC destaca, por exemplo, a piora da situação externa:
- Essa revisão reflete ações de política implementadas desde o final do ano passado e, principalmente, a deterioração do cenário internacional, que tem levado a reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos - informa o relatório.
Valéria Maniero/O Globo
No cenário de referência, que supõe que a taxa de juros continuará em 12% e que o câmbio permanecerá em R$ 1,65 por dólar, ou seja, não leva em conta a disparada recente da moeda americana, o IPCA fechará o ano em 6,4%, bem acima dos 5,8% projetados anteriormente.
Ou seja, na visão do BC, a inflação encostará no teto da meta (6,5%) em 2011. Além disso, diz que a probabilidade de ultrapassar esse patamar este ano é de 45%.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, vinha dizendo que a inflação convergiria para o centro da meta (4,5%) no ano que vem; o relatório prevê, no entanto, que o IPCA não ficará em 4,5%, mas em 4,7%, pouco abaixo do previsto no documento anterior (4,8%), em 2012.
O IPCA só voltaria para o centro da meta no 2º trimestre de 2013, de acordo com o relatório do BC.
Essas previsões são as primeiras divulgadas após o Copom cortar os juros em 0,5 ponto na reunião de 31 de agosto.
O economista Luiz Roberto Cunha, professor da PUC-Rio, analisou o relatório e destacou um trecho que diz que "ajustes moderados no nível da taxa básica são consistentes com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012".
- Se o BC se comunicasse bem, coisa que não faz, isso significaria que os próximos cortes seriam modestos, mas não dá para afirmar isso - diz.
Segundo o professor, o BC se mostra preocupado com vários riscos - "e faz uma argumentação bem feita sobre eles", mas centra a atenção no agravamento da crise internacional que, de acordo com Cunha, pode não provocar a queda dos preços no Brasil, como o BC acredita.
- O parlamento alemão votou hoje a ampliação do fundo de resgate. A Europa vai empurrar a crise com a barriga, para ganhar tempo de blindar os bancos franceses, se organizar, antes do calote da Grécia. Mas o BC acha que um doble dip (duplo mergulho) é mais provável - afirma.
Quando explica as razões para ter revisado para baixo a projeção para o crescimento do PIB deste ano, o BC destaca, por exemplo, a piora da situação externa:
- Essa revisão reflete ações de política implementadas desde o final do ano passado e, principalmente, a deterioração do cenário internacional, que tem levado a reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos - informa o relatório.
Valéria Maniero/O Globo
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