Operação da PF e da receita flagra um dos maiores esquemas de sonegação fiscal da história do País Uma investigação iniciada na década de 1990 levou à descoberta de uma das maiores fraudes fiscais já constatadas no Brasil.
O esquema conta com a participação de 300 empresas instaladas no País e no exterior e é responsável por um rombo nos cofres públicos estimado em pelo menos R$ 1 bilhão apenas em impostos federais.
Ontem, uma operação da Polícia Federal e da Receita, batizada de Alquimia, resultou na prisão de 23 pessoas e no confisco de bens que incluem uma ilha em
Salvador,
lanchas,
jatos e helicópteros,
carros de luxo,
caminhões,
imóveis residenciais,
parques industriais completos,
com prédios e máquinas,
e 2,5 quilos em barras de ouro.
Os envolvidos são acusados de sonegação fiscal,
falsidade ideológica,
lavagem de dinheiro
e formação de quadrilha,
entre outros crimes que ainda estão em apuração.
A Operação Alquimia foi desencadeada pela manhã em 17 Estados -
Minas Gerais,
São Paulo,
Bahia,
Alagoas,
Amazonas,
Ceará,
Espírito Santo,
Goiás,
Mato Grosso do Sul,
Pará,
Paraná,
Piauí,
Pernambuco,
Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Sergipe -
e no Distrito Federal,
com 650 agentes da PF, além de auditores da Receita.
As equipes tinham 31 mandados de prisão, 129 de busca e apreensão, 63 de condução coercitiva - levar alguém para depor - e ordens judiciais para sequestro de bens de 62 pessoas e 195 empresas.
Todos expedidos pelo juiz Bruno Savino, da 3.ª Vara Federal de Juiz de Fora (MG), onde a investigação começou.
O delegado Marcelo Freitas, que coordenou a ação pela PF, não quis revelar nomes, mas o Estado apurou que os principais alvos da operação são as empresas Sasil, com sede em Salvador (BA), e Varient, que tem sede em São Paulo e foi adquirida pelo grupo baiano no ano passado.
A Sasil é presidida pelo empresário Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, que seria o proprietário da ilha confiscada em Salvador.
O delegado confirmou apenas que há envolvimento de factorings e outros tipos de negócios investigados, mas a maior parte das empresas atua "na produção, armazenagem, compra, venda, importação e exportação de produtos químicos". "Uma quantidade enorme de produtos químicos", salientou o policial.
Marcelo Freitas contou também que as investigações revelaram que, entre as 300 empresas usadas pela quadrilha, 50 delas movimentaram mais de R$ 500 milhões apenas entre 2005 e 2009.
Entre as empresas investigadas, apenas 11 que já têm o crédito tributário constituído pela Receita Federal foram autuadas em R$ 120 milhões.
Marcelo Portela O Estado de S. Paulo
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