"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 18, 2011

Apple vs. Android


A notícia de que uma empresa .com comprou uma das gigantes da telefonia do mundo real — e que já foi a maior do setor — surpreendeu o mercado na última segunda-feira, quando a Google anunciou a aquisição da Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões.

Em 1995, quando a web começou a existir oficialmente no Brasil, lembro que as poucas .com eram apenas boas promessas de negócios.
A Google, por exemplo, nem sequer existia.


Agora, no horizonte, mais um grande duelo no mercado de telefonia e internet começa a se delinear:
Apple versus Google .
A disputa deve trazer várias mudanças no tabuleiro do mercado de telefonia mundial, em função do fortalecimento do Android.

Hoje, é o sistema operacional para smartphones que mais cresce no mundo, com 39 fabricantes e 231 operadoras em 123 países e mais de 150 milhões de aparelhos vendidos. Com ele, empresa de Mountain View agora tem bala na agulha para encarar a Apple de frente.

A aquisição da Motorola Mobility dará à Google 17 mil patentes e outras 9 mil em processo de concessão, o que vai permitir que ela controle tanto o hardware como o software de seus produtos, como hoje faz a Apple.


A compra da Motorola Mobility também mexe com a Research in Motion — fabricante do BlackBerry —, Microsoft, Nokia e o setor de TV, além da HTC e da Samsung. Essas duas últimas venderam milhões de aparelhos equipados com o Android, o que colocou o Google na liderança desse mercado.

Se ficarem acuadas pela Google, podem recorrer à Microsoft, mesmo com a promessa de que o Android permanecerá como plataforma aberta e adotará o Windows Phone 7 como alternativa.

Já a Microsoft ficará diretamente em conflito legal com o Google sobre patentes, porque já trava várias disputas judiciais com a Motorola sobre propriedade intelectual.


Analistas, inclusive, estimam que, em três anos, com o Android chegando à liderança do mercado, a Google deve torná-lo fechado, tal como a Apple faz com o seu iOS.

A esperança é que, com a concorrência acirrada, possamos, provavelmente já a partir de 2012, ter produtos mais baratos no mercado e cada vez mais integrados à internet, à computação em nuvem, à realidade aumentada e novos serviços para facilitar nosso dia a dia de forma revolucionária.

É o que esperamos. Como diria Chico Buarque, "meninos, eu vi".

Paulo Barros Correio Braziliense

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