Pressionado pelo aumento nas refeições em restaurante, alta mensal de 0,27% surpreende analistas, que já revisam para cima previsões para o índice oficial
Em meio ao noticiário internacional negativo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), prévia do IPCA, foi mais um fator a esfriar ânimos no mercado.
O indicador atingiu o teto das estimativas, com alta de 0,27%, ante 0,10% em julho, pressionado por alimentos, principalmente refeição em restaurante (0,92%).
Com o resultado, o indicador acumula alta de 7,10% em 12 meses, bem acima do teto da meta de 6,5%.
O cenário forçou analistas a revisar para cima estimativas de agosto para o IPCA, referência para meta inflacionária.
Segundo o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, o avanço mais intenso do IPCA-15 surpreendeu até mesmo o Banco Central (BC).
No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o BC previa que a inflação acumulada em 12 meses medida pelo IPCA até o terceiro trimestre se manteria no nível de 6,7%.
Mesmo com o terceiro trimestre ainda na metade, a inflação teria de desacelerar com força em agosto e setembro para que se cumpra a previsão do BC. "Segundo o relatório, a média mensal esperada era de 0,13% para este trimestre", disse Leal.
Reversão.
Na prática, houve uma brusca reversão na trajetória dos preços dos alimentos (de -0,39% para 0,21%) na análise da economista-chefe da Icap Brasil Inês Filipa.
Mas, para Inês, o resultado não muda as projeções para a taxa básica de juros, que deve permanecer em 12,5% na próxima reunião do Copom.
A especialista lembrou que, no cenário doméstico, a economia brasileira mostra desaceleração mais nítida, o que pode contribuir para folga maior nos preços.
A Concórdia Corretora revisou de 0,31% para 0,33% a estimativa para o IPCA de agosto, após o IPCA-15. Segundo o economista-chefe da corretora, Flávio Combat, o indicador deve fechar o ano em 6,1%, ainda próximo ao teto da meta (6,5%).
Para ele, o mercado de trabalho continua aquecido e os salários ainda crescem em ritmo elevado. Isso pode ser exemplificado nas refeições fora de casa, principal impacto do IPCA-15 de agosto.
"Com o emprego em alta, e os salários também, os trabalhadores vão a restaurantes com mais frequência. É uma mudança de hábito do brasileiro", opinou.
A Tendências Consultoria também revisou o IPCA deste mês, de 0,28% para 0,32%.
Alessandra Saraiva e Denise Abarca O Estado de S. Paulo
Em meio ao noticiário internacional negativo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), prévia do IPCA, foi mais um fator a esfriar ânimos no mercado.
O indicador atingiu o teto das estimativas, com alta de 0,27%, ante 0,10% em julho, pressionado por alimentos, principalmente refeição em restaurante (0,92%).
Com o resultado, o indicador acumula alta de 7,10% em 12 meses, bem acima do teto da meta de 6,5%.
O cenário forçou analistas a revisar para cima estimativas de agosto para o IPCA, referência para meta inflacionária.
Segundo o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, o avanço mais intenso do IPCA-15 surpreendeu até mesmo o Banco Central (BC).
No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o BC previa que a inflação acumulada em 12 meses medida pelo IPCA até o terceiro trimestre se manteria no nível de 6,7%.
Mesmo com o terceiro trimestre ainda na metade, a inflação teria de desacelerar com força em agosto e setembro para que se cumpra a previsão do BC. "Segundo o relatório, a média mensal esperada era de 0,13% para este trimestre", disse Leal.
Reversão.
Na prática, houve uma brusca reversão na trajetória dos preços dos alimentos (de -0,39% para 0,21%) na análise da economista-chefe da Icap Brasil Inês Filipa.
Mas, para Inês, o resultado não muda as projeções para a taxa básica de juros, que deve permanecer em 12,5% na próxima reunião do Copom.
A especialista lembrou que, no cenário doméstico, a economia brasileira mostra desaceleração mais nítida, o que pode contribuir para folga maior nos preços.
A Concórdia Corretora revisou de 0,31% para 0,33% a estimativa para o IPCA de agosto, após o IPCA-15. Segundo o economista-chefe da corretora, Flávio Combat, o indicador deve fechar o ano em 6,1%, ainda próximo ao teto da meta (6,5%).
Para ele, o mercado de trabalho continua aquecido e os salários ainda crescem em ritmo elevado. Isso pode ser exemplificado nas refeições fora de casa, principal impacto do IPCA-15 de agosto.
"Com o emprego em alta, e os salários também, os trabalhadores vão a restaurantes com mais frequência. É uma mudança de hábito do brasileiro", opinou.
A Tendências Consultoria também revisou o IPCA deste mês, de 0,28% para 0,32%.
Alessandra Saraiva e Denise Abarca O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário