"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 21, 2011

Industrializado nacional é mais caro.

Os produtos industrializados brasileiros estão hoje entre os mais caros do mundo, segundo estudo feito pela RC Consultores a pedido do Movimento Brasil Eficiente.

A pesquisa, que comparou o preço de produtos vendidos no país com mercadorias idênticas à venda em África do Sul,
Austrália,
EUA,
França
e Reino Unido em junho, mostrou que a cesta brasileira de produtos custa 48% mais que a média ponderada desses países.

O país liderou em 12 das 29 categorias da amostra que incluiu de produtos industrializados a alimentícios básicos, como batata e leite.

Os preços do Brasil foram os mais caros no automóvel,
MP3 player,
TV,
blue ray,
videogame,
tênis,
celular,
fralda,
perfume,
remédio,
maquiagem e notebook.

- A cesta de produtos evidencia o quanto os custos brasileiros estão elevados se comparados aos outros países. Isso ocorre principalmente por causa da elevada carga tributária, que encarece especialmente os produtos que têm uma cadeia de produção longa, como os veículos, por causa do efeito em cascata - diz Fábio Silveira, sócio da RC Consultores responsável pelo estudo.

Segundo Paulo Rabello de Castro, presidente da RC Consultores e coordenador do Movimento Brasil Competitivo, a carga tributária responde por 70% da perda de competitividade do Brasil frente aos outros países.

Isso porque a distribuição dos impostos pesa mais sobre os produtos que sobre a renda, o que onera especialmente a população de baixa renda:

- Além da carga tributária, os custos energéticos e financeiros também afetam a competitividade. Mas o que dá uma diferença de 10% a 20% em relação aos outros países, e que deixa os dados gritantes, é a apreciação cambial.

Por esses motivos, comprar um carro no Brasil custa mais de três vezes mais caro que nos Estados Unidos. Segundo o levantamento, o Hyundai Santa Fe, vendido aqui por US$69,3 mil, é comercializado em lojas americanas por US$21,8 mil.
O valor médio do veículo nos países pesquisados foi de US$31,4 mil.


Um videogame sai ainda mais caro.
O Xbox 360 com Kinect, que custa US$299 nos Estados Unidos, sai por US$1.196 no Brasil, exatamente quatro vezes mais caro.

Na África do Sul, segundo país mais caro da amostra, o mesmo produto custa US$515, enquanto na média internacional custa US$405.


Em outras cinco categorias (celular, blue ray, tênis, remédio e maquiagem) os produtos brasileiros custam pelo menos o dobro da média internacional.

O iPhone 4 de 32 Gigabytes vendido no Brasil por US$1.323, tem um preço médio de US$589.
Já o blue ray X-men Origens: Wolverine, vendido por US$35 no Brasil custa em média US$15 entre os países analisados.


O Brasil só ficou mais barato que a média em sete categorias:
máquina de lavar roupa,
calça jeans,
xampu,
leite,
açúcar refinado,
cerveja e jornal.

Segundo Silveira, isso se deveu principalmente à produtividade do país em áreas como a alimentícia e em produtos agrícolas básicos.
(Paulo Justus)

GLOBO

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