Alvo de investigações do Ministério Público Eleitoral e da Procuradoria da República em Mato Grosso, a Cavalca Engenharia e Construções aumentou 1.000% em um ano o valor dos contratos com o governo federal.
A empreiteira faz parte do grupo Cavalca, que doou mais de R$ 500 mil para campanhas eleitorais no ano passado, sendo R$ 300 mil só para o senador Blairo Maggi (PR-MT).
Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostram que em 2009 a empreiteira do Paraná faturou R$ 6,6 milhões do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sob o comando de Luiz Antônio Pagot, para tocar obras em diversas rodovias federais.
Em 2010, foram mais de R$ 72 milhões.
Os projetos apresentam indícios de superfaturamento, irregularidades na licença ambiental e subcontratações. Este ano, a empresa já recebeu R$ 13,8 milhões.
A Cavalca Construções e Mineração foi fundada em 1986 em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, terra natal de Maggi.
A cidade já foi administrada pelo pai de Pagot.
Tanto Blairo quanto Pagot mantêm uma relação próxima com o município e com a família Cavalca, dona do grupo, que inclui outras três empresas. Entre elas, a Moinho Iguaçu, de recepção e comercialização de grãos.
A empreiteira começou a atuar em Mato Grosso em 2003, ano em que Maggi assumiu o governo do estado e Pagot, a Secretaria Estadual de Infraestrutura. Com um capital de R$ 20 mil, a empresa está registrada, de acordo com a Junta Comercial, em nome de Arlindo Cavalca Filho, Arlindo Mose Filho e a A A Cavalca Administração de Bens Próprios e Participações.
Cinco anos depois, em 2008, após Pagot assumir a direção do Dnit, a família Cavalca registrou outra empresa no estado, a CLC Locações e Construções, com um capital de R$ 10 mil.
A CLC detém 99% do capital da empresa paranaense, partilhado entre os consórcios Rio Vermelho, Gaissler e Cavalca, Agrimat e Lotufo. A última está registrada em nome do ex-tesoureiro da campanha de Maggi Mauro Carvalho, também do PR.
O Tribunal de Contas da União identificou superfaturamento de R$ 3,3 milhões em obras da BR-364, em Mato Grosso.
Os técnicos afirmam que os materiais usados pela empresa são de fornecedores de Cuiabá, e não de Betim (MG), como prevê o projeto básico.
“Dessa forma, o orçamento contratado apresenta sobrepreço nos serviços de transporte de materiais betuminosos. Essa diferença na distância de transporte importa em superfaturamento dos valores pagos”, atesta.
Outra auditoria do tribunal aponta aditivo de R$ 5,4 milhões em contrato para a recuperação da BR-020, no Ceará. Segundo auditores, o valor da planilha mudou de R$ 6,3 milhões para R$ 11,7 milhões sem justificativa.
Entre os beneficiários das doações do grupo Cavalca estão, também, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o atual governador de Mato Grosso, Silval da Cunha.
Público
A reportagem procurou o grupo Cavalca, mas nenhum representante retornou as ligações. O senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou que “a informação sobre doadores de campanha é pública e foi aprovada pelo TRE. Não tenho nada que esconder”.
Já a ministra Gleisi Hoffmann informou que não conhece os donos da Cavalca e que também não tinha conhecimento de denúncias envolvendo as empresas.
A assessoria de imprensa do Dnit não retornou o contato do Correio.
Ontem, os servidores do órgão fizeram uma paralisação.
Alana Rizzo e Tiago Pariz Correio Braziliense
A empreiteira faz parte do grupo Cavalca, que doou mais de R$ 500 mil para campanhas eleitorais no ano passado, sendo R$ 300 mil só para o senador Blairo Maggi (PR-MT).
Dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) mostram que em 2009 a empreiteira do Paraná faturou R$ 6,6 milhões do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), sob o comando de Luiz Antônio Pagot, para tocar obras em diversas rodovias federais.
Em 2010, foram mais de R$ 72 milhões.
Os projetos apresentam indícios de superfaturamento, irregularidades na licença ambiental e subcontratações. Este ano, a empresa já recebeu R$ 13,8 milhões.
A Cavalca Construções e Mineração foi fundada em 1986 em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, terra natal de Maggi.
A cidade já foi administrada pelo pai de Pagot.
Tanto Blairo quanto Pagot mantêm uma relação próxima com o município e com a família Cavalca, dona do grupo, que inclui outras três empresas. Entre elas, a Moinho Iguaçu, de recepção e comercialização de grãos.
A empreiteira começou a atuar em Mato Grosso em 2003, ano em que Maggi assumiu o governo do estado e Pagot, a Secretaria Estadual de Infraestrutura. Com um capital de R$ 20 mil, a empresa está registrada, de acordo com a Junta Comercial, em nome de Arlindo Cavalca Filho, Arlindo Mose Filho e a A A Cavalca Administração de Bens Próprios e Participações.
Cinco anos depois, em 2008, após Pagot assumir a direção do Dnit, a família Cavalca registrou outra empresa no estado, a CLC Locações e Construções, com um capital de R$ 10 mil.
A CLC detém 99% do capital da empresa paranaense, partilhado entre os consórcios Rio Vermelho, Gaissler e Cavalca, Agrimat e Lotufo. A última está registrada em nome do ex-tesoureiro da campanha de Maggi Mauro Carvalho, também do PR.
O Tribunal de Contas da União identificou superfaturamento de R$ 3,3 milhões em obras da BR-364, em Mato Grosso.
Os técnicos afirmam que os materiais usados pela empresa são de fornecedores de Cuiabá, e não de Betim (MG), como prevê o projeto básico.
“Dessa forma, o orçamento contratado apresenta sobrepreço nos serviços de transporte de materiais betuminosos. Essa diferença na distância de transporte importa em superfaturamento dos valores pagos”, atesta.
Outra auditoria do tribunal aponta aditivo de R$ 5,4 milhões em contrato para a recuperação da BR-020, no Ceará. Segundo auditores, o valor da planilha mudou de R$ 6,3 milhões para R$ 11,7 milhões sem justificativa.
Entre os beneficiários das doações do grupo Cavalca estão, também, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o atual governador de Mato Grosso, Silval da Cunha.
Público
A reportagem procurou o grupo Cavalca, mas nenhum representante retornou as ligações. O senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou que “a informação sobre doadores de campanha é pública e foi aprovada pelo TRE. Não tenho nada que esconder”.
Já a ministra Gleisi Hoffmann informou que não conhece os donos da Cavalca e que também não tinha conhecimento de denúncias envolvendo as empresas.
A assessoria de imprensa do Dnit não retornou o contato do Correio.
Ontem, os servidores do órgão fizeram uma paralisação.
Alana Rizzo e Tiago Pariz Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário