"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 06, 2011

A FARRA DO PORCO OU DOS "PORCOS"? NÃO! É DOS PODEROSOS, REGADA A MUITA BEBIDA E FOGOS. E MELHOR : COM DESRESPEITO À LEI.

Um rega-bofe movido a porco no rolete, muita bebida, fogos de artifício e música sertaneja animou o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), e o presidente da Câmara dos deputados, Marco Maia (PT-RS), mas desrespeitou a lei do silêncio e tirou o sono dos moradores da 202 norte, apesar dos cuidados do deputado Paulinho da Força (PDT-SP), organizador da festa "Chamamos todos os vizinhos para ninguém jogar pedra", alegou.

Organizada para receber sindicalistas que farão protesto hoje em Brasília, festa ao ar livre na 202 Norte reúne integrantes do governo Dilma, incluindo o vice Michel Temer e os ministros do Trabalho e da Previdência, além do presidente da Câmara dos Deputados

Embalados ao som de música sertaneja e com direito a uma leitoa assada em rolete, deputados federais, ministros e até mesmo o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), participaram uma festa julina na 202 Norte para recepcionar sindicalistas que chegaram ontem a Brasília para uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, prevista para começar às 14h30 de hoje.

Regado a muita cerveja, vinho e barulho, o evento, que ocorreu à noite, irritou os moradores da quadra. O som só foi desligado as 23h06.

Cerca de 200 pessoas dançaram e festejaram entre os blocos I e J da 202 Norte, uma quadra que abriga alguns prédios funcionais da Câmara dos Deputados. Representantes da Força Sindical não perderam a oportunidade de comer os pratos típicos de cada região.

Os sindicalistas do Rio Grande do Sul, por exemplo, assaram uma costela no bafo.
Morador do 6º andar do Bloco I, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), mais conhecido como Paulinho da Força, foi saudado com fogos de artifício quando chegou à comemoração e discursou para os presentes.

Líderes partidários também compareceram à festa julina, decorada com bandeirinhas coloridas. Entre eles, estavam os deputados Giovanni Queiroz (PA), líder do PDT, Lincoln Portela (MG), do PR, e Ana Arraes (PE), do PSB.

"Esse evento é importante para mobilizar o Congresso Nacional para as nossas reivindicações. Queremos aprovar a jornada semanal de 40 horas, resolver o fator previdenciário e a questão da terceirização", finalizou Paulinho.

Temer chegou às 21h, após os discursos.
Também foi recepcionado por fogos de artifício que duraram cerca de três minutos. O vice-presidente deixou de lado a formalidade habitual e se mostrou à vontade na presença dos sindicalistas.

"Me sinto em casa porque estou entre o Legislativo e os trabalhadores. Não é preciso muita cerimônia porque sou mais um na festa", brincou.

Quem também participou da farra do porco foi o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). Ele afirmou no palanque improvisado que o Legislativo está conectado com a pauta da Força Sindical.

"O Michel (Temer) já tinha tocado nesse assunto quando foi presidente e vamos dar sequência ao trabalho iniciado. Comemorem muito porque vamos ter muitas conquistas nos próximos dois anos", disse.

Os ministros do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-SP), e da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB-RN), também foram ao evento. Lupi subiu no palco e cantou a música Marina, de Dorival Caymmi.

Incômodo
Vários moradores da quadra foram atraídos pelo barulho e ficaram curiosos com uma festa que ocorreu entre dois blocos funcionais na noite de ontem. O servidor público Sérgio Cunha, 43 anos, estranhou um churrasco em área pública.

Em sua avaliação, outro local deveria ter sido escolhido para os festejos.
"Não é apropriado e seguro fazer esse tipo de evento em uma área residencial", reclamou.


O editor de vídeo Guilherme Pastana, 37 anos, morador da quadra, também protestou.

"Esses dois prédios estão sempre vazios e, por isso, chamou a atenção (o evento). Se isso virar rotina, será um problema", comentou.

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