"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 06, 2011

E O BRASIL CONTINUA "MUDANDO" : BRASIL MAIS VULNERÁVEL A CHOQUES EXTERNOS.

Santander (Espanha) —

Contrariamente ao discurso oficial, diversas vezes reiterado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o Brasil está mais vulnerável a choques externos hoje do que antes da crise global iniciada em 2008.

A principal causa é o rombo nas contas externas por causa do fortalecimento do real diante do dólar, que estimula as importações e os gastos em viagens ao exterior.

A advertência é da economista Liliana Rojas-Suárez, do Center for Global Development, que desenvolveu um índice para medir a fraqueza dos países latino-americanos.

"Hoje, as contas externas são a grande fragilidade do Brasil, porque a política fiscal não ajuda no combate à valorização cambial. O Banco Central está fazendo tudo o que pode para evitar o grande fluxo de capital externo, o fortalecimento do real e as pressões inflacionárias, mas o governo deveria reforçar o ajuste fiscal para ajudar a política monetária a reduzir o superaquecimento do consumo", disse ontem Liliana no último dia do 10º Encontro Santander — América Latina, realizado pela instituição financeira espanhola.

Poupança

Além dos resultados nas contas externas, o índice leva em conta a dívida do país e a poupança nacional, todos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas geradas num ano).

No cômputo geral, o Brasil passou de -0,78 ponto para 0,85, caindo da 13ª posição no ranking de vulnerabilidade para a 8ª.

"A América Latina ficou mais exposta depois da crise. O Brasil sofreria com uma rápida saída dos capitais externos, que pode ocorrer quando os Estados Unidos voltarem a subir os juros, por exemplo", disse Liliana.

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