"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

junho 13, 2011

CATÁSTROFES ANUNCIADAS?

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Ao contrário da Alemanha, que resolveu desativar suas usinas nucleares, o Brasil constrói a terceira usina, em Angra dos Reis, a 150km do Rio, para produzir energia elétrica, numa enseada que os indígenas chamavam, em tupi-guarani, de Itaorna, ou seja Pedra Podre, em português.

Na Amazônia, bastante devastada, inundamos 500km² do território paraense, para construir a usina hidrelétrica de Belo Monte, contra a qual estão os ambientalistas responsáveis, não só os que pensam em travar o desenvolvimento nacional.

Perfuramos o oceano, levados pela miragem do pré-sal, sem avaliar os danos que isso nos pode causar, apesar do recente vazamento de óleo no litoral do México, em poços menos profundos que os nossos.
Livre de Palocci, Dilma, agora, terá de resolver esses problemas.

Na semana passada, um programa da NatGeo mostrou perfurações petrolíferas nos oceanos ou em terra, à procura de minérios, além da construção de barragens na China e noutros países.
Tudo isso resultou em terremotos e fenômenos devastadores para seus povos.

A portuguesa Maria Luisa Pedroso, em estudo de 2008, sobre o terremoto de Lisboa, em 1755, muito antes do documentário da NatGeo, contou o desespero das vítimas, cujos desregramentos morais foram responsabilizados pelo ocorrido, por muçulmanos, protestantes e católicos.

Enquanto Pombal reerguia Lisboa, pastores, sacerdotes de Alá, e o padre Malagrida aumentavam as dores do povo, atribuindo-lhe a tragédia.
O rei D. José I pediu ao papa a indicação de santo protetor contra terremotos e foi atendido. Mas a natureza do país, até então intacta, após o terremoto, vindo do mar, teve mais um ano de 500 tremores de terra.

Nos projetos acima citados, que envolvem a natureza, há o risco de ocorrer isso. Portanto, os brasileiros devem cobrar do governo mais do que ele faz e que acha seguro, pois tais iniciativas não têm segurança absoluta.

Pela importância do assunto e até por possíveis implicações suspeitas, no caso, Dilma, agora livre, devia propor ao Congresso, para esses projetos, consultas ao povo. Este, grato à presidente e sem nenhum interesse escuso, diria se os aceita ou não.

Rubem Azevedo Lima Correio Braziliense

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