"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 04, 2011

SUBJUGADO? POBRE JORNALISMO INVESTIGATIVO.

O caso da censura imposta ao Estado pelo Judiciário "é emblemático de como é difícil, atualmente, fazer jornalismo investigativo no País".
E isso "é uma pena", porque o Brasil vive "um cenário de amplas liberdades como há muito não se via".

A avaliação é do diretor de Desenvolvimento Editorial do Estado, Roberto Gazzi, que participou nesta terça-feira, 3, do Fórum Democracia e Liberdade, promovido pelo Instituto Millenium em São Paulo para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

A afirmação foi dada durante debate sobre Jornalismo Investigativo e Democracia, em mesa na qual estavam o jornalista Eugênio Bucci e Cláudio Weber Abramo, da ONG Transparência Brasil. Em discussão, os desafios que enfrentam os jornais, tendo de custear a busca de informação e enfrentar pressões de setores contrários às investigações.

Abramo e Bucci fizeram depoimentos pouco otimistas. O primeiro destacou que "cerca de 80%" dos 820 jornais diários brasileiros são de cidades pequenas e dependem de dinheiro público.
"Essa imprensa está nas mãos dos caciques em cada região", citando como exemplos "Sarney, Collor, Jader Barbalho, Alves ou Maia, Tasso".


Bucci citou a morte de Osama Bin Laden para questionar a transparência das informações:
"Como saber em que condições aquilo realmente ocorreu?".
E cobrou transparência das próprias empresas, principalmente a respeito de suas fontes de receita, já que, ressaltou, parte da publicidade é paga por estatais.


"Como falar em jornalismo investigativo nessa condição?"
Gabriel Manzano, O Estado de S. Paulo

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