"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

outubro 20, 2010

PETROBRÁS EM BUSCA DE MAIS US$ 33 bi


O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou ontem que, mesmo após sua recente capitalização, a estatal precisará buscar no mercado entre US$ 32 bilhões e US$ 33 bilhões para fazer frente ao seu programa de investimentos previsto para o período 2010-2014, de US$ 224 bilhões.

Pelos cálculos de Gabrielli, o volume de recursos necessários para bancar os investimentos e pagar a dívida de US$ 38 bilhões, que vence no mesmo período, chega a US$ 262 bilhões.

Descontada a geração de caixa, em torno de US$ 155 bilhões, e os recursos que entraram no caixa da empresa por meio da capitalização (US$ 25 bilhões), ainda ficariam faltando pouco mais de US$ 30 bilhões para fechar a conta.

O valor é a metade do que o próprio Gabrielli havia projetado no início do mês.

Apesar da discrepância nos números, Gabrielli disse que a empresa não terá dificuldades para levantar esses recursos por meio de endividamento, uma vez que o seu nível de alavancagem (dívida em relação ao patrimônio) caiu para 18% depois da capitalização.

Antes desta, esse indicador era de 34%, muito próximo do limite de 35% estipulado pela própria Petrobras.

— Essa taxa (de 18% de alavancagem) é extremamente confortável — disse Gabrielli, em entrevista logo depois de participar da abertura da quarta edição da Santos Offshore Oil & Gas Expo.

Gabrielli:

Tupi foi antecipado por custo de equipamento Gabrielli também estimou o total de recursos que serão aplicados pela companhia na exploração dos cinco bilhões de barris de petróleo cedidos pela União em troca da capitalização.

Segundo ele, os investimentos devem ficar abaixo dos US$ 10 bilhões.

Sobre a antecipação, anunciada anteontem, do início da exploração comercial do présal na área de Tupi para 27 ou 29 de outubro, portanto às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, Gabrielli disse que a data foi definida há mais de um ano e não tem qualquer motivação eleitoral.

A Petrobras, porém, sempre divulgou que a data para a entrada em operação de Tupi seria até o fim deste ano. Gabrielli criticou a manchete de ontem do GLOBO sobre o assunto.

— Não tenho culpa se eles (os editores) acham que é uma relação eleitoral (a antecipação da data).
A opinião do editor que lança na manchete de primeira página uma especulação eleitoral é responsabilidade do GLOBO.
Não é da Petrobras — afirmou.

Segundo Gabrielli, outra razão que levou à antecipação da produção foi o custo do aluguel dos equipamentos utilizados para retirar o petróleo do pré-sal, que chega a US$ 370 mil por dia.

— Estamos antecipando por razões técnicas e econômicas.

A cada três dias temos que pagar US$ 1 milhão, só de aluguel. Portanto, quanto mais cedo produzirmos, melhor — afirmou.

Lino Rodrigues O Globo

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