"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 24, 2010

IDH-D/BRASIL : RENDA CAI 22,3% / EDUCAÇÃO 19,8% / SAÚDE 12,5% .

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Com cálculo ajustado pelo mesmo indicador, a América Latina e o Caribe também têm índice comprometido em 19,1%

A desigualdade compromete o padrão de desenvolvimento do Brasil em 19% e a disparidade de renda é o fator que mais influencia negativamente nesse resultado.

Essas são conclusões do Programa das Nações Unidas em Desenvolvimento (PNUD), que passou a calcular em 2010 o Índice de Desenvolvimento Humano ajustado à Desigualdade (IDH-D).

O indicador não utiliza médias nacionais, mas considera as desigualdades do País em relação à renda, à educação e à saúde. A nova metodologia estabelece uma espécie de punição que altera resultados para países com mais disparidades.

Com essa forma de cálculo, o indicador para a América Latina e o Caribe cai 19,1%, percentual quase igual ao do Brasil (19%).

Em alguns países, os resultados são ainda mais negativos: Nicarágua (-47,3%), Bolívia (-41,9%) e Honduras (-38,4%). A diferença é menor em nações como Uruguai (-3,9%), Argentina (-5,9%) e Chile (-6,5%).

Vulnerabilidade

Segundo o relatório do PNUD divulgado ontem, a desigualdade de rendimentos, educação e saúde persiste de uma geração para outra num contexto de baixa mobilidade socioeconômica.

Renda

No Brasil, das três dimensões do IDH a que representou maior perda foi a renda (-22,3%), seguida de educação (-19,8%) e saúde (-12,5%).

Segundo o membro da equipe do relatório de Desenvolvimento Humano do Pnud e mestre em Políticas Públicas, Anderson Macedo, esse é o primeiro relatório sobre o tema para América Latina e Caribe.

"Havia uma crítica contra a forma como era medida a renda (pelo PIB per capita) não era viável para países muito desiguais", avalia.

O relatório do IDH-D propõe que as políticas públicas tenham alcance (cheguem a quem precisa), amplitude (contemplem fatores que perpetuam o problema) e apropriação (beneficiados como agentes de seu desenvolvimento).

O IDH-D para a América Latina e o Caribe não é comparável ao IDH divulgado pelo PNUD no relatório de Desenvolvimento Humano internacional, a ser divulgado em outubro.

Para o IDH-D foram utilizadas as mesmas dimensões (rendimento, educação e saúde), mas com outros dados. No cálculo da renda, enquanto o IDH utiliza o PIB per capita, o IDH-D usa a renda per capita domiciliar.

CRISTIANE BONFIM/Diário do Nordeste
Repórter

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