"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 08, 2010

DÉFICIT CAMBIAL DE US$ 4,279 bi EM JUNHO.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge740H13lbWzV4XcbiuSTHJbS-9cJk8FIHS5fqiquptD2sIC1-XKvvAPnF69hDXjzbsjpUcnmE_blVbA6gPinuBB2sFasrJzwTU7PHUXVnY7fRQaNxiV_0wo6nZPJZVQH1tjmE_CjQCvg/s200/dolar_grafica_finanzas_590.jpg

O Estado de S. Paulo

Em junho, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 4,279 bilhões, o pior resultado desde dezembro de 2008, em plena crise internacional, e o segundo déficit registrado neste ano.

(Nos dois primeiros dias de julho, o quadro não mudou: o fluxo já estava negativo em US$735 milhões.)

O primeiro foi em fevereiro, mas de apenas US$ 399 milhões.

No total do primeiro semestre, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 3,363 bilhões, ou seja, 26,2% maior do que no mesmo período de 2009.

O saldo das operações financeiras ficou em US$ 2,151 bilhões e o fluxo comercial, em US$ 1,213 bilhão.

Convém lembrar que, em maio, a dívida externa total era estimada em US$ 218 bilhões.

A deterioração do fluxo cambial em junho pode parecer estranha, dado um resultado negativo de US$ 388 milhões na conta comercial, com importações de US$ 14,749 bilhões (US$ 13,6 bilhões em maio) e exportações de US$ 13,961 bilhões (US$ 16,3 bilhões em maio).

No entanto, o déficit cambial se concentra nas operações financeiras, com saldo negativo de US$ 3,491 bilhões, com saídas de US$ 28,450 bilhões e entradas de US$ 24,959 bilhões.

No mês anterior, os valores registrados haviam sido de US$ 30,4 bilhões e de US$ 30,5 bilhões, com déficit de US$ 86 milhões.


Mostra também a fragilidade de nossa posição nas transações correntes, e até nas operações de capital, que deverá ser sentida nas contas de junho.

Levando em conta nossas reservas de US$ 250 bilhões, deduzidas da dívida externa registrada em maio, de US$ 218 bilhões, a continuar o déficit cambial de junho, nossas reservas líquidas (US$ 32 bilhões) permitiriam cobrir esse déficit por apenas sete meses.

É difícil admitir que o déficit cambial continue nessa proporção nos próximos meses, mas esse exercício, com uma hipótese tão negativa, nos mostra a fragilidade da situação do balanço de pagamentos.

Nenhum comentário: