O Estado de S. Paulo
Em junho, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 4,279 bilhões, o pior resultado desde dezembro de 2008, em plena crise internacional, e o segundo déficit registrado neste ano.
(Nos dois primeiros dias de julho, o quadro não mudou: o fluxo já estava negativo em US$735 milhões.)
O primeiro foi em fevereiro, mas de apenas US$ 399 milhões.
No total do primeiro semestre, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 3,363 bilhões, ou seja, 26,2% maior do que no mesmo período de 2009.
O saldo das operações financeiras ficou em US$ 2,151 bilhões e o fluxo comercial, em US$ 1,213 bilhão.
Convém lembrar que, em maio, a dívida externa total era estimada em US$ 218 bilhões.
A deterioração do fluxo cambial em junho pode parecer estranha, dado um resultado negativo de US$ 388 milhões na conta comercial, com importações de US$ 14,749 bilhões (US$ 13,6 bilhões em maio) e exportações de US$ 13,961 bilhões (US$ 16,3 bilhões em maio).
No mês anterior, os valores registrados haviam sido de US$ 30,4 bilhões e de US$ 30,5 bilhões, com déficit de US$ 86 milhões.
Mostra também a fragilidade de nossa posição nas transações correntes, e até nas operações de capital, que deverá ser sentida nas contas de junho.
Levando em conta nossas reservas de US$ 250 bilhões, deduzidas da dívida externa registrada em maio, de US$ 218 bilhões, a continuar o déficit cambial de junho, nossas reservas líquidas (US$ 32 bilhões) permitiriam cobrir esse déficit por apenas sete meses.
É difícil admitir que o déficit cambial continue nessa proporção nos próximos meses, mas esse exercício, com uma hipótese tão negativa, nos mostra a fragilidade da situação do balanço de pagamentos.
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