Alana Rizzo Correio Braziliense
Tradicionais no Nordeste e palanques em potencial nas eleições, as festas juninas estão na mira do Ministério Público Federal. Há pelo menos 13 investigações em andamento que apuram irregularidades na aplicação das verbas.
Os recursos destinados às prefeituras são do Ministério do Turismo. Só este mês foram liberados R$ 14,9 milhões para festas juninas em 19 estados.
Desse valor, R$ 13,8 milhões são referentes a emendas parlamentares.
O restante é de programas do próprio ministério.
Este ano, o governo estabeleceu regras mais rígidas (SIC) para comemorações com dinheiro federal durante o período eleitoral.
Entretanto, as normas só valem a partir do início de julho.
A temporada de festas juninas, que esvazia o Congresso Nacional, termina no dia 4.
Hoje e amanhã, os principais candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), têm participações previstas nos maiores arraiais do país.
Em Caruaru, Pernambuco, são esperadas mais de 1,5 milhão de pessoas.
Em Campina Grande, na Paraíba, os gastos com a festa devem ultrapassar R$ 5 milhões.
Sanguessugas
O suposto esquema, segundo investigações do MPF, segue o modelo da máfia das sanguessugas, que fraudava licitações de ambulâncias.
O dinheiro liberado pelo ministério para as prefeituras vem por meio de emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento da União.
Cabe ao Executivo municipal contratar toda a estrutura da festa.
E é nesse ponto que, segundo as investigações, ocorre a possível fraude.
O esquema envolve todo tipo de festa.
Sudeste
A Procuradoria da República em Governador Valadares, Minas Gerais, desde o ano passado apura o desvio de verbas federais por meio de festas, inclusive juninas.
Apesar de não ter a tradição do Nordeste, o MPF encontrou indícios de fraude nas festas de Mata Verde, Pajeú e Divisópolis.
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