Cristiano Romero, de Brasília Valor Econômico
O Congresso dos EUA pode extinguir, até o fim do ano, o benefício que permite a exportadores brasileiros vender bens e serviços, no valor de US$ 3,5 bilhões por ano, sem imposto de importação.
O mecanismo, concedido por países ricos a economias de menor porte no âmbito do Sistema Geral de Preferências (SGP), favorece até 17,4% das vendas do país aos americanos.
O fim do benefício é uma das possíveis consequências da ação diplomática brasileira no Irã.
Outra, mencionada por especialistas e fontes oficiais, diz respeito ao etanol, produto que o Brasil não consegue exportar para os EUA por causa de uma sobretaxa. Nos próximos meses, o Congresso votará a manutenção ou não dessa sobretaxa.
Uma das possíveis consequências da ação diplomática no Irã poderá ser a retirada do Brasil, pelo Congresso americano, do Sistema Geral de Preferências (SGP), que permite ao país exportar, sem imposto de importação, cerca de US$ 3,5 bilhões por ano aos Estados Unidos.
O montante equivale a 17,4% das vendas brasileiras ao mercado americano. O benefício será reavaliado até o fim do ano pelos parlamentares americanos.
"O sentimento no Congresso dos EUA quanto ao Brasil é o de que o país é nosso amigo, mas não nosso aliado", comentou ao Valor um assessor graduado dos republicanos no Congresso.
"Isto [a posição brasileira em relação ao Irã] fez com que o Brasil parecesse estar inebriado com a percepção de sua própria grandeza", disse o assessor, quando questionado sobre se a iniciativa brasileira estaria prejudicando a imagem do país no parlamento americano.
O dirigente da Fiesp, Roberto Giannetti não esconde, no entanto, sua posição crítica à iniciativa brasileira no Irã.
"O Brasil está, de certa maneira, desafiando os EUA, criando um clima de hostilidade. É claro que o Congresso americano terá uma atitude azeda nos temas que nos interessam", afirmou.
"É importante assinalar que essa posição é exclusiva do governo porque a posição da sociedade brasileira é a de que o Irã representa, sim, uma ameaça."
"O Brasil está, de certa maneira, desafiando os EUA, criando um clima de hostilidade. É claro que o Congresso americano terá uma atitude azeda nos temas que nos interessam", afirmou.
"É importante assinalar que essa posição é exclusiva do governo porque a posição da sociedade brasileira é a de que o Irã representa, sim, uma ameaça."
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