"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 15, 2010

“O Chamberlain de Macaé”

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Diogo Mainardi
O Brasil é uma espécie de Macaé do mundo. Isso é uma sorte. Se o Brasil fosse a Inglaterra, Lula já estaria consagrado como o nosso Chamberlain. Sempre que alguém quer guerrear, surge algum pateta tentando ser intermediário da paz. Em 1938, o primeiro-ministro da Inglaterra, Chamberlain, viajou para a Alemanha para negociar olho no olho com Hitler.

Depois de alguns encontros, eles assinaram um tratado de paz, pelo qual Hitler se comprometia a ocupar apenas uma parte do território da Checoslováquia. Chamberlain voltou à Inglaterra comemorando a paz. Seis meses mais tarde, Hitler atropelou Chamberlain e ocupou o resto da Checoslováquia. Em seguida, ocupou a Europa inteira.

O apoio ao programa nuclear iraniano é o maior erro que o Brasil já cometeu na área internacional. Só a vaidade de Lula ganha com isso. Ao desafiar os Estados Unidos e a Europa, tornando-se cúmplice de Mahmoud Ahmadinejad, ele pode sentir-se um tantinho maior do que realmente é. Trata-se da síndrome de Macaé.

Mas alguém tem de dizer a Lula que seu tempo já se esgotou. Ele representa o passado. A esta altura, sua autoridade é meramente protocolar. Um novo presidente será eleito daqui a cinco meses. Só ele poderá decidir sobre assuntos estratégicos.

Em vez de atuar como um quinta-colunista da bomba nuclear iraniana, Lula deveria pensar apenas em esvaziar as gavetas de seu gabinete.

Acabou, Lula. Chega. Fim. Xô.


Íntegra..

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