"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

maio 12, 2010

MUITO BARULHO PARA MUITO JURO

O mundo econômico foi tomado, desde segunda-feira, pela crítica enfática feita por José Serra à condução da política monetária pelo Banco Central de Lula.

Muito barulho por muito pouco: não há novidade alguma no que foi expresso por ele, que nunca se furtou a apontar os exageros da mais alta taxa de juros do mundo. Os números estão aí para comprová-lo, e nem precisam ser torturados.


Que o Brasil pratica juros estratosféricos é fato.
(...)
Mas política econômica envolve, sobretudo, circunstâncias. E as atuais, com as economias nacionais ainda claudicantes, são de juros negativos ou muito próximos de zero em todo o mundo.

A consultoria UpTrend divulga periodicamente o ranking das taxas reais de juros nas 40 principais nações do mundo. Na versão mais recente, de fins de abril, na média geral eles estavam em -0,6% ao ano. São, note-se, negativos, menores do que a inflação.

Desse grupo de 40, apenas 13 têm taxas positivas, que superam a inflação projetada, e em somente quatro destes países o juro real é maior do que 2% anuais: Indonésia, China e Austrália, além de nós.
Como se vê, com seus juros reais de 4,5% ao ano o Brasil é um ponto inteiramente fora da curva.

(...)

A débâcle financeira mundial já era algo que despontava no horizonte desde o início do ano retrasado. Diante disso, os bancos centrais do mundo iniciaram cortes vigorosos nas taxas de juros. O que fez o BC brasileiro? Embicou a Selic para cima. Entre abril e outubro de 2008 (quando o Lehman Brothers já tinha, inclusive, virado pó e pulverizado de vez a crise), a taxa básica engordou nada menos que 2,5 pontos, passando de 11,25% para 13,75% ao ano.

Com tal movimento, os juros reais no Brasil saltaram de 6,6% para 8% ao ano.

(...)

Seria a inflação o motivo da nossa jabuticaba monetária?

Pauta em Ponto : Íntegra

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