Economia & Negócios e Agência Estado
As contas do setor público (governo federal, estados municípios e empresas estatais) apresentaram em março um déficit primário (sem considerar o pagamento de juros da dívida) de R$ 216 milhões, o pior resultado para meses de março e para os primeiros trimestres da série histórica, iniciada em 2002. Trata-se também do primeiro saldo negativo primário desde setembro de 2009, quando o setor público apresentou um déficit de R$ 5,763 bilhões.
Com o resultado, o superávit acumulado no primeiro trimestre caiu para R$ 16,827 bilhões, o equivalente a 2,11% do PIB. O resultado negativo de março foi puxado pelo déficit de R$ 3,912 bilhões das contas do governo central, que reúne o Tesouro Nacional, Banco Central e o INSS.
Os governos regionais (estados e municípios) apresentaram em março um superávit primário de R$ 3,342 bilhões. As empresas estatais apresentaram um superávit de R$ 354 milhões, em março. Em março de 2009 o resultado das contas do setor público foi um superávit de R$ 7,929 bilhões.
O superávit primário acumulado em 12 meses, até março, está bem abaixo da meta de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) prevista para 2010. Em 12 meses, o superávit primário fechou em março a 1,94% do PIB. O resultado equivale a uma economia de R$ 62,535 bilhões. Até fevereiro, o superávit acumulado em 12 meses estava em R$ 70,681 bilhões, ou 2,21% do PIB.
A dívida líquida do setor público voltou a subir e fechou em março em 42,4% do Produto Interno Bruto (R$ 1,366 trilhão). Em fevereiro, a dívida líquida estava em 42,1% e em janeiro, 41,6% do PIB.
O pagamento de juros nominais somou R$ 16,857 bilhões no mês e R$ 44,979 bilhões. Em todos esses casos, foram os piores resultados da série iniciada em dezembro de 2001.
PIB
A dívida bruta do setor público caiu mais de 2 pontos porcentuais em março. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira, o patamar caiu de 63,1% do PIB em fevereiro para 60,4% em março. Com essa variação, o valor caiu de R$ 2,014 bilhões para R$ 1,947 bilhão.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, a queda é explicada principalmente pelo recolhimento de títulos públicos que foram liberados pelos bancos que mantinham os papéis em caixa como depósito compulsório. A regra foi alterada há algumas semanas pela autoridade monetária.
Apenas essa operação diminuiu a dívida bruta em R$ 80,749 bilhões ou 2,5 pontos porcentuais entre um mês e outro. Entre os demais fatos que influenciaram a dívida, o pagamento de juro elevou a dívida bruta em 1,6 ponto.
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