"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 02, 2010

MEXE COM TODOS - ISSO EM 2006! E AGORA?

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Até outubro, as eleições para deputados, senador, governador e presidente serão o principal assunto do país.
É preciso valorizar esse momento:
cada cidadão é responsável pelo Brasil que sairá das urnas

Por: Vitor Nuzzi

Publicado em 01/08/2006

A Justiça Eleitoral do país abriu, em julho, mais uma temporada de caça ao voto. Candidatos a deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República terão o desafio de convencer 126 milhões de pessoas de que são os melhores para representá-las no exercício do poder.

O número de eleitores é 9% maior que há quatro anos. Mas se o tom naquele ano foi de mudança, agora não há como disfarçar o sentimento de, no mínimo, apreensão.

Há um festival de denúncias assolando o país e a opinião pública tem de se desdobrar para distinguir o que é sério do que é espetáculo.

“Infelizmente, vivenciamos tempos muito estranhos”, afirmou, ao tomar posse, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello.
“Não passa um dia sem depararmos com manchete de escândalos”, observa.

A estudante paulistana Amanda Talhari completou 19 anos em julho e ainda não usou seu título eleitoral.

O vasto noticiário sobre corrupção desestimula a jovem para a sua estréia na urna, mas não a ponto de fazê-la desistir.

“Esse tipo de coisa sempre existiu”, afirma. Reserva mesmo ela demonstra em relação à campanha.

“Procuro não acompanhar muito, porque em geral é um discurso vazio, com um xingando o outro, e isso me irrita”, explica Amanda, acendendo um sinal amarelo para quem faz do debate político um espetáculo.

Uma pesquisa da CNT/Sensus divulgada em julho acendeu outro:
praticamente 40% dos eleitores não estão interessados na eleição para presidente da República.

O fenômeno não é de agora:
em julho de 2002, o porcentual de desinteressados era de 40,5%.
Os que se mostraram muito interessados em 2002 somavam 20,2%; agora, são 23%. Mas afinal – fora o fato de ser compromisso obrigatório – por que votar?

A pergunta é corriqueira na boca das pessoas avessas a política. E a resposta é simples:
o resultado das eleições mexe com a vida de todo mundo.

Os eleitos é que vão administrar os recursos públicos, aprovar ou derrubar leis, executar ou não obras, melhorar ou piorar a vida das pessoas, de todas as pessoas, gostem ou não.

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