"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 29, 2010

CONTAS EXTERNAS : NÚMEROS PREOCUPAM.

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O crescimento acelerado do déficit em transações correntes (soma de comércio exterior, juros da dívida externa, viagens internacionais, remessa de lucros de empresas) causa preocupação em quem acompanha a economia brasileira.

Nessa situação, o país fica cada vez mais dependente do cenário financeiro internacional para bancar o saldo negativo, avaliam especialistas.

No ano passado, o déficit ficou em US$ 24,334 bilhões, equivalente a 1,54% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
Neste ano, a previsão do Banco Central é de déficit de US$ 49 bilhões (2,53% do PIB). Trata-se de um cenário bem diferente do ano de 2006, quando o Brasil teve saldo positivo de US$ 13,984 bilhões.


O risco está num corte abrupto de financiamento externo, deixando o Brasil sem recursos suficientes para bancar o déficit corrente, como ocorreu nas crises de 1998 e de 2002.

Para o economista Ricardo Carneiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o financimento com investimentos em ações na bolsa de valores e títulos públicos não é seguro.
“No mundo com tal volatilidade, como o de hoje, é um risco grande entrar numa posição dessa.”
O governo conta com a forte entrada de investimento estrangeiro direto, usado para compra de empresas e instalação de multinacionais no país, para custear o déficit das transações.

Neste ano, o Banco Central espera um investimento direto de US$ 45 bilhões (2,33 % do PIB), abaixo dos US$ 49 bilhões do déficit corrente.
A expectativa é que os recursos estrangeiros aplicados em ações e títulos chegue a US$ 35 bilhões, o que completará com folga o financiamento do déficit em conta corrente.
O economista Antonio Corrêa de Lacerda diz que, no curto prazo (2010 e 2011), esse tipo de financiamento por meio de títulos e ações não é ruim.
“O que preocupa é a rapidez da deteorização das contas externas, que vem crescendo em trajetória insustentável no longo prazo”, avalia.
“A história recente já mostrou que toda vez que o Brasil ampliou sua vulnerabilidade externa teve que interromper o seu ciclo de crescimento.”

Há a alternativa de usar as reservas internacionais (hoje na casa dos US$ 240 bilhões) para financiar o déficit corrente e assim segurar o dólar. Mas o uso das reservas pode levar à redução da proteção do país. “Outra forma é aumentar a taxa de juros, o que atrai capital de fora. Mas quando se aumenta os juros, gera recessão”, explicou Gonçalves.

Matéria : Contas externas do Brasil voltam a preocupar

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