"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

dezembro 15, 2009

ONU : PEDE EXPLICAÇÃO SOBRE CENSURA AO ESTADÃO


Relator da ONU cobra posição do governo sobre censura ao Estadão

Redação Portal IMPRENSA

O relator das Organizações Unidas (ONU) para defesa da liberdade de expressão, Frank La Rue, enviou carta ao Itamaraty, pedindo explicações do governo federal sobre a censura prévia ao jornal O Estado de S.Paulo. 


Desde o dia 31 de julho, o veículo está proibido de publicar informações sobre a "Operação Boi Barrica", que apura supostas irregularidades cometidas pelo empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).

Divulgação

Frank La Rue

Segundo informou O Estado de S.Paulo, o documento foi enviado antes da última quinta-feira (10), quando o Supremo Tribunal Federal (STF) negou liminar e manteve o veto ao jornal. 


Na ocasião, por seis votos a três, a Corte arquivou pedido do periódico, que argumentava que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) impôs censura ao veículo, proibida pela Constituição.

Até o momento, a ONU não obteve resposta da carta enviado ao governo federal.
 

As informações contidas nos documentos das Nações Unidas são mantidas em sigilo, com base em códigos de conduta criados pelo próprio poder público.
 

O relator argumenta que, caso não seja dado resposta às reclamações, a entidade emitirá um comunicado público. 

La Rue critica ainda as ações de repressão à liberdade de informação e o desinteresse do poder público em tornar claras suas ações.

"Essas leis são da época em que as monarquias mandavam. 
Não podemos continuar assim. 
  
O escrutínio e a vigilância sobre políticos e funcionários públicos não podem ser criminalizados", disse.

"Servidores tem que ser transparentes, o que significa aceitar a vigilância pública".



Após a decisão do STF, o jornal recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para derrubar a ação do TJ-DF e poder divulgar as informações sobre a operação da Polícia Federal (PF).