Agência Estado
Para evitar a implosão da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), o governo e as entidades sindicais mais fortes, como Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical, uniram-se à Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra) e mudaram as regras do encontro, em uma tumultuada assembleia que durou pouco mais de duas horas e impediu os debates na manhã de ontem.
A maioria das teses do evento defende o controle social dos meios de comunicação, com forte intervenção do setor público na iniciativa privada.
A Confecom entrou num estado de impasse no momento em que era votado o regimento geral.
Um grupo tentou inviabilizar as teses dos setores empresariais que permaneceram na conferência - grupos Bandeirantes e RedeTV, pela Abra, e a Telebrasil, que congrega as empresas de telefonia fixa e móvel.
O vice-presidente da TV Bandeirantes, Walter Ceneviva, ameaçou deixar a conferência, alegando que havia um golpe em curso comandado pelos setores mais radicais, contrários à participação da iniciativa privada na radiodifusão.
O mesmo grupo havia tentado tirar a expressão "empresarial" da definição do segmento, dizendo que os empresários não podiam ser qualificados de
"sociedade civil".
A forma encontrada pelo grupo radical para impedir a aprovação das teses dos empresários foi a mudança para maioria simples do quórum de votação das propostas nos grupos de trabalho.
Esses grupos farão a sistematização das mais de 6 mil propostas, para reduzi-las a 150.
Com maioria simples, a ala radical teria o domínio da agenda.
No momento da confusão, governo e entidades sindicais fortes acionaram seu aparato, fizeram um acordo com os empresários e puseram de lado o outro grupo
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