"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

abril 23, 2013

DE(s)CÊNIO DOS FARSANTES E FALSÁRIA 1,99 : Inflação faz cheque sem fundo disparar


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Número dos chamados "voadores" é o maior dos últimos quatro anos. O aumento do custo de vida dificulta o pagamento em dia das dívidas

A redução do poder de compra do brasileiro, pressionada pela inflação, está elevando os indicadores de inadimplência. A emissão de cheques sem fundos registrou a maior alta dos últimos quatro anos.
 
Dados da Serasa Experian mostram que mais de 1,5 milhão de cheques — ou 2,36% das folhas emitidas — foram devolvidos em março de 2013, o maior desde maio de 2009, quando o índice registrou 2,52%. Em Brasília, o endividamento com relação a cheques atingiu 3,43% ante 2,98% de fevereiro.

Segundo os especialistas, outros fatores, além da inflação, contribuíram para ampliar as dificuldades do brasileiro de quitar as dívidas. Entre eles, os pagamentos das parcelas do Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e das despesas escolares, que se acumulam no início do ano.

O economista da Serasa Carlos Henrique de Almeida afirmou que o resultado de março já era esperado.

“Percebemos que milhões de consumidores já extrapolaram os limites de gastos com cartão de crédito, e agora tomam o cheque como uma alternativa para manter o poder de consumo”. Almeida disse ainda que a principal causa para que a inadimplência fique elevada por muitos meses é a alta dos preços dos alimentos.

A expectativa, segundo o especialista, é que em abril haja uma inversão no indicador, que, no entanto, deverá voltar a subir em maio, devido ao Dia das Mães.

Nome sujo

O constrangimento de ter um cheque devolvido é apenas o início do que pode se tornar uma via-crúcis, que começa com a recuperação do documento e continua em intermináveis chateações, até que se consiga tirar o nome da lista suja. O custo pode ser alto.

O banco exige o comprovante da quitação da dívida e cobra taxa de até R$ 51,50 por cada folha sem fundo emitida para excluir o nome do correntista do cadastro de inadimplentes.

Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, evitar situações como essa é possível por meio de um controle financeiro. É preciso identificar o que está extrapolando o orçamento e fazer uma faxina para eliminar as contas acumuladas.

Para que isso não se repita, “é importante anotar todos os gastos e sempre fazer uma reserva de renda”, orientou.

Na avaliação de Mauro Calil, também educador financeiro, é recomendável controlar os gastos com cheques para que as dívidas não se tornem impagáveis. “É importante anotar nos canhotos o valor, a data de emissão e de compensação, além do local da compra. Isso facilita a organização”, ressaltou.

Ainda segundo Calil, é importante que a pessoa endividada negocie o pagamento em parcelas compatíveis com o orçamento doméstico.


ANA CAROLINA DINARDO Correio Braziliense

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