"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 11, 2013

NÃO SABE ADMINISTRAR NADA ! NEM UMA LOJINHA DE 1,99. ENTÃO ... Apropriação indébita

Ninguém pode dizer que já viu de tudo em relação às armas que o PT usa para tentar se manter no poder.

O partido que se notabilizou por comprar parlamentares, retalhar a máquina pública entre aliados e transformar repartições federais em balcões de negócios, agora também trapaceia em matérias legislativas que beneficiam o cidadão.

Nunca antes na história, uma iniciativa havia sido vetada pela presidente da República para, meses depois, ser apresentada com fanfarra eleitoral como medida do governo, como aconteceu na sexta-feira com o anúncio da desoneração da cesta básica.

Dilma Rousseff ocupou 11 minutos de rede obrigatória de rádio e TV - quanto custa isso para o contribuinte em termos de renúncia fiscal? - para anunciar a mesmíssima medida que ela havia
vetado em setembro de 2012, pela simples razão de conter um pecadilho mortal: 
ter sido apresentada pela oposição. 
 
A desoneração da economia é uma bandeira histórica do PSDB:
em estados como São Paulo e Minas, a cesta básica já é desonerada de ICMS.


Em setembro, o então líder da bancada tucana na Câmara, Bruno Araújo (PE), propôs a desoneração da cesta de todos os tributos federais.
A medida foi aprovada pelos parlamentares, mas não escapou das mãos de tesoura de Dilma.
Por quê?


Um dos pontos a se questionar é a irresponsabilidade da presidente em relação às condições de vida da população e, em particular, ao recrudescimento da inflação.

É de se perguntar:
Se alimentos e produtos de higiene e limpeza já tivessem sido desonerados, o custo de vida estaria tão pela hora da morte como está agora?


Vejamos o que ocorreu com o comportamento dos preços da cesta básica nestes últimos seis meses em que Dilma privou os brasileiros de pagarem menos pela comida e pelos produtos de limpeza. Segundo o Dieese, o valor aumentou, em média, 9,9% desde setembro passado.

Na média, o valor das cestas apurado em 17 capitais (Campo Grande ainda não era pesquisada) subiu R$ 24,80.

Se a desoneração já estivesse valendo em setembro, como queria a oposição, os cidadãos de Salvador, por exemplo, possivelmente não estariam gastando hoje R$ 52,33 a mais do que gastavam seis meses atrás para alimentar-se e cuidar da higiene e os de Recife não estariam pagando 16,44% a mais do que pagavam pelos mesmos itens.

Na realidade, a desoneração da cesta tornou-se premente para o governo petista na medida em que as labaredas da inflação foram lhe consumindo o chão.

Também na sexta-feira, horas antes de Dilma ir à TV e o governo torrar mais uma grana mandando rodar uma edição extra do Diário Oficial da União que anuncia algo que poderia já ter sido adotado seis meses atrás, a escalada dos índices de preços mostrou seu ímpeto.

A inflação oficial de fevereiro veio acima do previsto (0,6%), acumulando 6,31% em 12 meses - não fosse a redução das tarifas de energia, em vigor desde janeiro, já estaria em 6,82%, bem acima do limite superior da meta para este ano.

Apenas em dois meses deste ano, o IPCA já comeu um terço da meta para 2013 e, ao longo deste mês de março, deverá furar o teto no acumulado em 12 meses. Os aumentos se disseminam por mais de 72% dos produtos - o que não ocorria desde 2002.

Como o fogo está saindo do controle, o Planalto, em desespero, se viu obrigado a acelerar a desoneração, que, a princípio, só viria em maio, se dependesse só das vontades de Dilma.

O que se percebe é que o governo age em descompasso com a realidade, lança mão de remendos para tentar dar conta de problemas estruturais e transforma, ostensivamente, atos oficiais em eventos de campanha eleitoral.

Neste aspecto, espaço privilegiado ocupam as cadeias oficiais de rádio e televisão: já foram duas em pouco mais de dois meses neste ano, ante quatro ao longo de 2012 e cinco em 2011.

Nem toda a sanha eleitoreira ou a mesquinharia partidária petista, contudo, podem justificar a malvadeza de ter privado os cidadãos brasileiros de terem alimentos mais baratos na mesa, retardando, por puro cálculo político, uma medida apresentada pela oposição e aprovada pelo Congresso.


Mas o PT é capaz de tudo:
para o partido dos mensaleiros, o povo é só um detalhe.

Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Apropriação indébita

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