
No mês de fevereiro deste ano, foram criados no Brasil 123.446 empregos com carteira assinada, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas nesta quarta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho.
Isso representa uma queda de 18% na comparação com fevereiro de 2012, quando foram abertas 150.600 vagas formais de trabalho. É também o pior resultado, para meses de fevereiro, desde 2009, quando foram abertas 9.179 vagas com carteira assinada.
O número de empregos formais criados em fevereiro deste ano ficou distante do recorde para o período, registrado no segundo mês de 2011 – quando foram abertas 280.799 vagas formais. Os números mensais não foram ajustados para incluir empregos declarados fora do prazo formal.
Apesar de o resultado ser o pior para meses de fevereiro desde 2009, houve melhora frente a janeiro - quando foram abertas 28,9 mil vagas formais. Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, essa expansão pode indicar uma reação do mercado de trabalho, acenando para um cenário positivo no ano. "Mas ainda é cedo para fazermos especulações", declarou.
Acumulado do ano
No acumulado dos dois primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, foram geradas 170,6 mil vagas com carteira assinada, o que representa uma queda de 42% frente ao mesmo período do ano passado (293,9 mil empregos formais criados).
Este é o pior resultado para o período desde 2009, quando foram fechados 84,14 mil empregos com carteira assinada.
Os números de criação de empregos formais do acumulado deste ano, e de igual período de 2012, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo (até o mês de janeiro). Os dados de fevereiro ainda são considerados sem ajuste.
Crise financeira e medidas de estímulo
A fraca criação de empregos formais acontece em um momento no qual a economia doméstica ainda se ressente do baixo nível de atividade - decorrente, entre outros fatores, da crise financeira internacional e da baixa taxa de investimentos registrada no ano passado.
Para recuperar o crescimento, a equipe econômica do governo anunciou, em 2012, uma série de medidas, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis.
Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou cerca de R$ 100 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e reduziu a taxa básica de juros. Atualmente, os juros estão em 7,25% ao ano – os menores da história.
Apesar disso, a economia avançou somente 0,9% em 2012, segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o pior resultado desde 2009, quando houve retração de 0,3% no PIB. Neste ano, o governo anunciou a desoneração da energia elétrica para consumidores residenciais e industriais e a retirada de tributos sobre a cesta básica.
Alexandro Martello Do G1
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