"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 20, 2013

Brasil registra saída de quase US$ 1 bilhão na parcial de março, diz BC


A saída de dólares do Brasil superou o ingresso de divisas no valor de US$ 622 milhões na última semana, informou o Banco Central nesta quarta-feira (20). Já na parcial de março, até a última sexta-feira (15), houve saída de US$ 990 milhões do Brasil.

Se o fluxo negativo de dólares for confirmado para março fechado, este será o quarto mês consecutivo de retirada de dólares do país.

Em dezembro do ano passado, US$ 6,75 bilhões saíram do país. Em janeiro e fevereiro de 2013, respectivamente, outros US$ 2,38 bilhões e US$ 105 milhões deixaram a economia brasileira.

Os números revelam que o ano de 2013 começou bem diferente do ano passado. No primeiro mês de 2012, o BC contabilizou a entrada de US$ 7,28 bilhões no país. Em fevereiro e março do ano passado, US$ 5,7 bilhões e US$ 5,74 bilhões ingressaram no Brasil, respectivamente.

Acumulado do ano e impacto na cotação do dólar
Na parcial de 2013, até a última sexta-feira (15), ainda segundo números oficiais, US$ 3,48 bilhões deixaram o Brasil. 

Em igual período do ano passado, houve ingresso de US$ 18,65 bilhões no país.

A saída de recursos no país registrada neste ano, segundo analistas, teoricamente favoreceria a alta do dólar. Isso porque, com menos dólares no mercado, seu preço tenderia a ficar maior. No fim de 2012, a cotação estava em R$ 2,04. 
Já nesta quarta-feira, por volta das 12h40, estava cotado a R$ 1,98.

A explicação é que, mesmo em um regime classificado de "câmbio flutuante", o governo atua no mercado, influenciando o preço da moeda norte-americana. Até o fim do ano passado, o governo sinalizava que buscaria um dólar um pouco acima de R$ 2, para gerar competitividade para as empresas brasileiras, mas não acima de R$ 2,10 – o que poderia pressionar mais a inflação.

Inflação
Para analistas, a queda do dólar no começo de 2013 é um sinal de que preocupações com a inflação começam a superar a promessa do governo de estimular as exportações. 

Em novembro, falando a uma plateia de empresários, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado que "o dólar acima de R$ 2 veio para ficar".

Em janeiro, entretanto, o Banco Central decidiu rolar contratos de "swap cambial" tradicionais. A rolagem foi interpretada como um sinal verde para a queda da moeda norte-americana porque estes contratos de swap tradicional, operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro, foram oferecidos no momento em que o dólar já recuava ante o real. 

Mais recentemente, o BC atuou com "swaps reversos", impedindo que a moeda recuasse abaixo de R$ 1,95.

Para controlar o preço do dólar o governo tem uma série de instrumentos. Além das compras e vendas de dólares no mercado à vista, o BC também pode operar no mercado futuro (por meio das operações de "swap" cambial tradicionais e reversas). 

O Ministério da Fazenda, por sua vez, pode utilizar as alíquotas do IOF para tentar controlar o ingresso de moedas no país.

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