Aconteceu o que os investidores mais temiam: o resultado da Petrobras foi decepcionante. O que eles não imaginavam, porém, é que o desempenho seria tão ruim como mostrou o balanço. O lucro líquido de 21,2 bilhões de reais no ano passado foi 36% menor do que os 33,3 bilhões de reais de 2011.
O resultado de 2012 é o menor desde 2004, quando a empresa registrou lucro líquido de 17,8 bilhões de reais, segundo levantamento da consultoria Economatica.
O maior problema da Petrobras é o controle de preços praticado pelo governo federal sobre os combustíveis. No ano passado, o governo ignorou a diferença entre os preços praticados no Brasil e no mercado internacional e não autorizou nenhum reajuste. O motivo principal era evitar uma pressão sobre os índices de inflação.
Mesmo assim, foi preciso uma mudança na metodologia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a inflação encerrar 2012 em 5,84%, dentro da meta estabelecida pelo Banco Central.
No início do ano, o Planalto assumiu que havia uma defasagem de aproximadamente 7% no preço da gasolina. Para evitar perdas maiores para a companhia neste ano, a gasolina foi reajustada em 6,6% e o diesel em 5,4% nas refinarias na semana passada.
"A continuidade da política de preços prejudicou demais a empresa e a ação da Petrobras. O aumento de preços anunciado foi positivo, mas o porcentual é insuficiente para 'zerar' a diferença com o mercado externo", afirmou Luiz Caetano, analista da corretora Planner em relatório sobre a empresa.
O temor com a divulgação de resultados da Petrobras nesta segunda-feira influenciou o desempenho da bolsa de valores de São Paulo. O Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, caiu 1,28% e refletiu as vendas da ação preferencial da Petrobras, que perderam 2,49% de seu valor no dia.
Outra empresa de petróleo, a OGX, do empresário Eike Batista, também teve um dia ruim:
queda de 3,13% no valor da ação.
"O mercado estava preocupado com os resultados da Petrobras e com a gestão da companhia, que está prejudicando as ações da empresa", disse Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW.
Continua :
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