"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

janeiro 04, 2013

EM REPÚBLICA DE TORPES O CANTO É : "Quem gosta da orgia, da noite pro dia não pode mudar, vive outra fantasia não vai se acostumar.. VAI VADIAR!!!" . Acusado de assassinatos toma posse e ninguém dá bola

Três minutos antes de o ex-presi­dente do PT José Genoino en­trar na sala da Presidência da Câ­mara para tomar posse, o delega­do alagoano Francisco Tenório passou pelo mesmo corredor sem ser notado pelo batalhão de jornalistas e curiosos.

Chico Te­nório, como é conhecido, voltou ontem à Casa após ter passado um ano na prisão e outros sete meses com um tornozeleira ele­trônica de monitoramento, por causa de dois processos em que é " acusado de encomendar assassi­natos. No caminho e durante a solenidade de posse, nenhuma pergunta foi lhe dirigida.

O parlamentar assumiu a vaga de Célia Rocha (PTB), eleita pa­ra a Prefeitura de Arapiraca (AL). Filiado ao PMN, agora com três representantes na Câ­mara, Tenório será colega de ban­cada de Jaqueline Roriz (DF), que escapou em 2011 da cassa­ção em plenário após ter sido fla­grada em um video recebendo propina de Durval Barbosa, delator domensalão do DEM. Tenório exerceu mandato ddeputado na legislatura passada.

Assim que deixou a Câmara, em fevereiro de 2011, teve prisão pre­ventiva decretada pela Justiça es­tadual. Segundo a acusação do Ministério Público, ele teria, na "posição de líder de uma organi­zação criminosa atuante em Alagoas", ordenado a ação que resul­tou na execução de duas pessoas em 2005.

Ele também é processa­do como autor intelectual do as­sassinato de um ex-policial mili­tar nos anos 90.

Tornozeleira.

Tenório passou o Natal de 2011 na cadeia. Dois meses depois, a Justiça alagoana revogou a prisão, substituindo-a pelo monitoramento eletrônico com uma tornozeleira - ele não poderia deixar Maceió e deveria estar em casa antes das 20 horas.

Só foi liberado do equipamento em setembro, por ordem do Tri­bunal de Justiça de Alagoas.

Abordado pelo Estado na saí­da da solenidade de ontem, Tenó­rio estava rodeado de dez pes­soas, entre apoiadores e familia­res. Ele conduziu a reportagem para um lugar vazio ao lado do plenário e, sozinho, se disse ino­cente.

"Estou provando a minha inocência, estou trabalhando nes­se sentido e a Justiça está acom­panhando o processo. Tenho certeza que vamos chegar ao final mostrando a realidade dos fatos e reconhecendo a vítima que te­nho sido nessas acusações."

Falando na terceira pessoa, o parlamentar afirmou que "a gen­te se sente na obrigação de cum­prir o dever para o qual fomos eleitos, pelo voto popular". Te­nório recebeu 51.864 votos.

Com a posse, as ações contra Tenório serão remetidas para o Supremo, Corte por onde os ca­sos já haviam tramitado. A defe­sa espera um "julgamento isen­to" no STF. "A expectativa é mui­to positiva", disse o advogado do deputado, Flávio Gomes.

Estadão 

Canto - Zeca pagodinho 

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