O brasileiro nunca esteve tão endividado. O percentual da dívida total das famílias em relação à renda anual média quebrou todos os recordes: aumentou de 44,47% para 44,53%, em outubro. De acordo com os dados publicados nesta quarta-feira pelo Banco Central, foi o maior patamar já visto desde quando o BC começou a registrar os dados em 2005. Essa foi o décimo mês consecutivo de alta.
- O endividamento aumentou porque o crédito ainda cresce muito mais que a renda e enquanto isso acontecer, o endividamento total vai continuar aumentando afirmou o economista da consultoria Opus André Gamerman, que lembrou que o ritmo de crescimento de financiamentos no Brasil está em 16% e a renda cresce a uma taxa de 9%.
No entanto, nas contas dos técnicos da autarquia, quando o crédito imobiliário é excluído, há uma queda nesse índice. O BC passou a divulgar esse cálculo há apenas dois meses. O dado mais recente, de outubro, mostra uma queda de 31,09% para 30,94%. O discurso das autoridades tanto do Banco Central quanto do restante da equipe econômica é que é justamente o financiamento da casa própria é que tem espremido a renda das famílias e que isso não é uma coisa ruim porque representa investimento.
Os dados da autoridade monetária revelam ainda que o comprometimento da renda, ou seja, quanto as famílias gastam, em média, por mês com o pagamento de dívidas, caiu pelo terceiro mês seguido. Passou de 21,94% para 21,5% em outubro. Descontado o crédito imobiliário, a queda foi de 20,61% para 20,16%. E foi a quarta consecutiva registrada. Já os gastos apenas com juros chegaram ao menor nível desde março de 2011. Desceram de 7,62% para 7,48%.
- As taxas para empréstimo vêm caindo de maneira sistemática, ou seja, o consumidor consegue rolar a dívida dele a uma taxa menor, e isso faz com que seu comprometimento de renda caia afirmou Gamerman.
Segundo as estatísticas do BC, mesmo com esse alívio no bolso das famílias, em outubro, a inadimplência da pessoa física não se mexeu naquele mês. Ficou estável em 7,9%. Entretanto, o nível de calote voltou a cair levemente em novembro e ficou em 7,8%.
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