"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 27, 2012

E NO brasil maravilha... Nos maiores bancos privados, calote é de R$ 32 bi

A economia desaquecida, juros em queda e a escalada da inadimplência derrubaram os lucros dos três maiores bancos privados do país no primeiro trimestre e deixaram uma conta de mais de R$ 32 bilhões em prestações de empréstimos em atraso nos balanços dessas instituições.

Levantamento da Austin Rating mostra que o lucro líquido acumulado por Itaú Unibanco, Bradesco e Santander de janeiro a junho somaram R$ 13,78 bilhões, valor 4,7% menor que os R$ 14,46 bilhões dos primeiros seis meses de 2011.

Os R$ 32 bilhões referem-se a prestações já vencidas. Se consideradas as prestações que ainda não venceram desses contratos em atraso, a conta chega a R$ 81 bilhões, ou quase 10% das carteiras totais de crédito desses bancos, que, no fim de junho, tinham R$ 841,5 bilhões de saldo.

Esses volumes de atrasos são com certeza um recorde, mas não são preocupantes do ponto de vista de solvência porque esses bancos têm provisões mais que suficientes.

E também porque atraso não significa perda e eles irão recuperar boa parte do créditos em atraso diz Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, que estima que as perdas efetivas nas operações dessas instituições devem ficar de 3% a 4% do total das carteiras.


Bancos abusaram dos financiamentos de carros

O elevado índice de inadimplência que essas instituições ostentavam no fim do trimestre passado de 4,2% na média da carteira do total do Bradesco, de 4,9% do Santander e de 5,2% do Itaú Unibanco refletem em parte o endividamento elevado de pessoas físicas e empresas, mas também estratégia equivocadas para a concessão de crédito em alguns segmentos, observa Rodrigues.

Ele cita os financiamentos a veículos, em que as instituições abusaram de linhas com baixa entrada e prazos muito longos, que resultaram numa explosão de calotes.


A combinação de lucros em queda e apuros na frente dos financiamentos indica, para ele, que 2012 será um ano difícil para os bancos. Bem diferente dos últimos anos, em que mesmo com a crise de 2008 e 2009 conseguiram elevar os lucros e os volumes de suas carteiras de crédito a taxas de dois dígitos.

Os bancos vão ter que se adaptar ao novo cenário, de juro baixo, mais competição e inadimplência alta diz.

O Globo

Nenhum comentário: