"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

março 12, 2012

SUJO E MISERÁVEL III ! HORA DO PONTAPÉ NO TRASEIRO DA CORJA : Silêncio na comissão que analisa privilégios.

Após a garantia do senador Delcídio Amaral (PT-MS) de que o projeto para acabar com a farra dos salários extras vai à votação no próximo dia 20, a maioria dos senadores que integram a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) fugiu do tema.

Levantamento realizado pelo Correio, desde terça-feira da semana passada, aponta que, dos 27 integrantes da comissão, 14 preferiram não se manifestar sobre o assunto e 11 declararam ser contra o recebimento dos rendimentos adicionais.

O senador Ivo Cassol (PP-RO) foi o único que admitiu abertamente o desejo de continuar ganhando dois salários a mais do que qualquer trabalhador brasileiro.
O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) estava se recuperando de uma cirurgia e, por isso, não falou.

Para Ivo Cassol, o salário de R$ 26,7 mil pago aos senadores é muito pouco. Ele afirmou que utiliza grande parte do dinheiro com o pagamento de remédios e tratamento para pessoas pobres.

No início da semana passada, logo depois de a Receita Federal instaurar procedimento investigatório para apurar o calote no IR, líderes de bancada fizeram uma defesa veemente da extinção da benesse.

Nos bastidores do Senado, no entanto, o sentimento era de descontentamento.

A maioria dos 27 senadores alega não poder emitir opiniões sobre o tema por não conhecer o projeto. É o caso, entre outros, do senador Lobão Filho (PMDB-MA), vice-presidente da CAE.

Ele sustenta que “ainda” não tem uma definição sobre o assunto porque não teve tempo de analisar a proposta, apresentada há mais de um ano pela então senadora e atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Falta de tempo
A justificativa de Lobão Filho esbarra no fato de tratar-se de um texto de apenas duas páginas, que pode ser lido em poucos minutos.

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), ao ser procurado, alegou que precisava ler antes o projeto. Depois de fazer isso, ele posicionou-se favoravelmente à eliminação dos pagamentos.

Há casos esdrúxulos como o do senador João Vicente (PTB-PI).
O gabinete do parlamentar disse ao Correio que o senador votaria “a favor do que o plenário aprovasse”.

Quando a reportagem insistiu para que João Vicente se posicionasse, a assessoria respondeu que ele poderia ser “o último a votar”, para acompanhar a decisão da maioria.

Para o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília (UnB), os senadores que alegam estar “refletindo” sobre o tema estão, na verdade, esquivando-se do ônus de defender a manutenção dos benefícios.

“Os 14 que não se posicionaram são todos a favor de manter os salários extras, mas não têm coragem de falar”, avalia. O professor teme que, caso a sociedade não fiscalize a aprovação do projeto, os parlamentares acabem rejeitando o texto.

Segundo a secretaria-geral do Senado, a apreciação do projeto em questão é feita por voto aberto, a não ser que um dos senadores apresente um requerimento definindo que o voto seja secreto. Nesse caso, a escolha de cada parlamentar não seria conhecida pelo público.

“Se na hora da votação não houver fiscalização, eles devem manter os salários. Caso o voto seja aberto é diferente, porque o ônus político de rejeitar um projeto desses é muito grande”, acredita Caldas.

JOÃO VALADARES » JÚNIA GAMA Correio Braziliense

Um comentário:

Unknown disse...

Pe no traseiro so se for com os tanques nas ruas..........