Mantega foi convidado pela comissão oficialmente para falar sobre a situação econômica do país em um cenário de crise internacional.
Mas sua presença no Senado amanhã é vista pelo Planalto como um flanco aberto para ataques no setor mais sensível do governo, a equipe econômica.
Os possíveis questionamentos sobre a crise instalada entre o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e o da Previ, Ricardo Flores, e sobre o episódio da demissão do presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, são as principais preocupações do Planalto.
Ele foi exonerado em janeiro deste ano por suspeita de receber propina e fazer remessas de dinheiro a duas empresas abertas no exterior em seu nome e no nome de sua filha.
Mantega, na ocasião, atribuiu a indicação do acusado ao PTB, gerando atrito entre a sigla e o governo.
No mesmo dia, Dilma irá ao Senado receber o prêmio Bertha Lutz, concedido pela Casa a mulheres que contribuíram para a ampliação dos direitos e do espaço da mulher na sociedade.
Na semana passada, o Senado protagonizou o que, até agora, é considerado o episódio mais grave da rebelião aliada contra Dilma ao rejeitar a recondução de Bernardo Figueiredo, ao cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Na Câmara, o clima não é menos tenso.
Com a aprovação da Lei Geral da Copa e do Código Florestal em jogo, o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), já deixou claro que o andamento da agenda legislativa do governo, no momento, dependerá dos gestos que o governo fizer para atender demandas de sua base e, dessa forma, fazer arrefecer a rebelião aliada.
KARLA CORREIA Correio
Nenhum comentário:
Postar um comentário