Os resultados de pesquisas publicadas recentemente pelo IBGE e pela UNICEF ─ a primeira dando conta que 70% dos domicílios em território brasileiro convivem com o esgoto a céu aberto e que a maioria não dispõe de água tratada, a segunda informando que cerca de 40% dos adolescentes com idade entre 12 e 17 anos vivem abaixo da linha da pobreza e 20% não sabem ler nem escrever ─ revelam a face perversa de uma nação injusta e desigual, desfigurada por uma de suas mais graves crises sociais.
Os desdobramentos poderão levar a conseqüências devastadoras num futuro não muito longínquo.
É a consagração do país de mentira, que insiste em esconder em espetaculosas propagandas oficiais a degradação de milhões de brasileiros abandonados ao deus dará.
É a mentira na sua pior forma, que escancara as mazelas de um governo refém dos partidos que o sustentam politicamente e próximo de afogar-se no mar de corrupção que o está inviabilizando.
Dessa distorção decorre o inevitável relacionamento mais estreito com a prática nefasta de políticas paternalistas que exaltam a submissão e são diminuídas ainda mais pelo viés eleitoreiro que as caracteriza
Os números aterradores das duas pesquisas evidenciam as precárias condições de vida a que está confinada uma parcela significativa da população.
Pelo conteúdo da propaganda governista, que polui todos os meios de comunicação disponíveis, não há previsão de investimentos significativos nesse setor.
Não me lembro de ter visto nesses nove anos de desgoverno petista qualquer peça publicitária divulgando algum programa sério, principalmente voltado para o saneamento básico, preocupado em sequer amenizar os efeitos desse quadro desolador. Nego-me a levar em conta aqueles tendenciosamente assistencialistas.
Representantes autonomeados da sociedade mais desenvolvida do mundo zombam do sofrimento que flagela esses nossos irmãos ao festejarem um absurdo aporte financeiro solicitado pelo Fundo Monetário Internacional:
“De tomador de empréstimos agora emprestamos dinheiro ao FMI e a oposição ainda tem a coragem de afirmar que nada mudou”, exulta um dos orgulhosos arautos do país acima de qualquer suspeita.
Mudou, sim, e muito.
A malha de proteção social transformou-se em título de capitalização eleitoral. No entanto, a política econômica concebida pela equipe do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, implantada pelo presidente Itamar Franco lá nos idos de 1994 e que é a única responsável pela ascensão do Brasil à condição de credor do FMI, ainda permanece a mesma. Intocável.
Só não se lembram dessa verdade que os tortura os cafajestes usurpadores do talento alheio.
Cada centavo destinado ao FMI significará um quilômetro a menos de rede de esgoto instalada, uma criança a mais que não completará um ano de vida, o sonho abreviado de um adolescente fadado a vegetar pela vastidão da ignorância e condenado a ser apenas outro número nas estatísticas policiais.
A soberba petista agüenta. Sinto uma vergonha que não deveria ser minha.
Outro fato preocupante é a visível indiferença da imprensa e dos congressistas que foram eleitos para atuarem, na oposição.
Mais preocupada em abocanhar um naco generoso da ufanista propaganda oficial, a mídia se limitou a transmitir informações meramente circunstanciais dessa tragédia humana que está negando a crianças e adolescentes as mais comezinhas expectativas de uma vida menos sofrida.
Também não é muito diferente a realidade entre os jovens e os adultos.
Nenhum órgão de informação se atreveu a investigar com maior rigor esse Brasil esquecido pelas autoridades. Sem exceção, a televisiva, pelo menos, presta-se às tarefas subalternas de, numa ponta glorificar a ocupação de favelas cariocas, tudo sem disparar um tiro e prender os chefões da bandidagem antes mesmo do início da operação cinematográfica com data e hora marcada e, na outra, dar vazão a uma sórdida campanha visando desacreditar os órgãos de segurança do Estado de São Paulo.
O som do silêncio vigarista avisa que na capital do Brasil Maravilha foram abolidos os assaltos, os roubos, os latrocínios, os homicídios, os seqüestros, a pedofilia. Desde a retomada da Rocinha, nenhuma mulher foi violentada, nenhum homem foi molestado.
A oposição também não vê, ou finge que não vê, a precária subsistência dessas dezenas de milhões de crianças e adolescentes e não se articula para exigir medidas drásticas e urgentes para combater a calamidade que salta aos olhos.
Pelo jeito, nem o interesse eleitoral a comove.
Perde um tempo precioso na tentativa vã de emplacar CPIs que sabe de antemão jamais se concretizarão. Ainda que por estradas distintas, senadores e deputados oposicionistas passeiam pelo mesmo caminho da covarde indiferença trilhado pelo governo e sua base aliada.
Com a dignidade dilacerada pela crueza desse cotidiano hostil e atroz, vários milhões de sub-brasileiros representados por crianças, jovens, idosos, homens e mulheres ainda estão à espera de que algum outro navegante português de competência duvidosa se perca pelos mares do sul e os descubra.
Desiludidos, perceberam tarde demais que o Brasil Maravilha inventado por Lula não foi capaz de descobrí-los.
Impermeável a manipulações, a realidade fria e insensível cobra o seu tributo e remete a sétima economia do planeta às mais sombrias profundezas dos grotões do atraso e do subdesenvolvimento.
Acuada, prevalece a servidão que elege.
Mauro Pereira
Os desdobramentos poderão levar a conseqüências devastadoras num futuro não muito longínquo.
É a consagração do país de mentira, que insiste em esconder em espetaculosas propagandas oficiais a degradação de milhões de brasileiros abandonados ao deus dará.
É a mentira na sua pior forma, que escancara as mazelas de um governo refém dos partidos que o sustentam politicamente e próximo de afogar-se no mar de corrupção que o está inviabilizando.
Dessa distorção decorre o inevitável relacionamento mais estreito com a prática nefasta de políticas paternalistas que exaltam a submissão e são diminuídas ainda mais pelo viés eleitoreiro que as caracteriza
Os números aterradores das duas pesquisas evidenciam as precárias condições de vida a que está confinada uma parcela significativa da população.
Pelo conteúdo da propaganda governista, que polui todos os meios de comunicação disponíveis, não há previsão de investimentos significativos nesse setor.
Não me lembro de ter visto nesses nove anos de desgoverno petista qualquer peça publicitária divulgando algum programa sério, principalmente voltado para o saneamento básico, preocupado em sequer amenizar os efeitos desse quadro desolador. Nego-me a levar em conta aqueles tendenciosamente assistencialistas.
Representantes autonomeados da sociedade mais desenvolvida do mundo zombam do sofrimento que flagela esses nossos irmãos ao festejarem um absurdo aporte financeiro solicitado pelo Fundo Monetário Internacional:
“De tomador de empréstimos agora emprestamos dinheiro ao FMI e a oposição ainda tem a coragem de afirmar que nada mudou”, exulta um dos orgulhosos arautos do país acima de qualquer suspeita.
Mudou, sim, e muito.
A malha de proteção social transformou-se em título de capitalização eleitoral. No entanto, a política econômica concebida pela equipe do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, implantada pelo presidente Itamar Franco lá nos idos de 1994 e que é a única responsável pela ascensão do Brasil à condição de credor do FMI, ainda permanece a mesma. Intocável.
Só não se lembram dessa verdade que os tortura os cafajestes usurpadores do talento alheio.
Cada centavo destinado ao FMI significará um quilômetro a menos de rede de esgoto instalada, uma criança a mais que não completará um ano de vida, o sonho abreviado de um adolescente fadado a vegetar pela vastidão da ignorância e condenado a ser apenas outro número nas estatísticas policiais.
A soberba petista agüenta. Sinto uma vergonha que não deveria ser minha.
Outro fato preocupante é a visível indiferença da imprensa e dos congressistas que foram eleitos para atuarem, na oposição.
Mais preocupada em abocanhar um naco generoso da ufanista propaganda oficial, a mídia se limitou a transmitir informações meramente circunstanciais dessa tragédia humana que está negando a crianças e adolescentes as mais comezinhas expectativas de uma vida menos sofrida.
Também não é muito diferente a realidade entre os jovens e os adultos.
Nenhum órgão de informação se atreveu a investigar com maior rigor esse Brasil esquecido pelas autoridades. Sem exceção, a televisiva, pelo menos, presta-se às tarefas subalternas de, numa ponta glorificar a ocupação de favelas cariocas, tudo sem disparar um tiro e prender os chefões da bandidagem antes mesmo do início da operação cinematográfica com data e hora marcada e, na outra, dar vazão a uma sórdida campanha visando desacreditar os órgãos de segurança do Estado de São Paulo.
O som do silêncio vigarista avisa que na capital do Brasil Maravilha foram abolidos os assaltos, os roubos, os latrocínios, os homicídios, os seqüestros, a pedofilia. Desde a retomada da Rocinha, nenhuma mulher foi violentada, nenhum homem foi molestado.
A oposição também não vê, ou finge que não vê, a precária subsistência dessas dezenas de milhões de crianças e adolescentes e não se articula para exigir medidas drásticas e urgentes para combater a calamidade que salta aos olhos.
Pelo jeito, nem o interesse eleitoral a comove.
Perde um tempo precioso na tentativa vã de emplacar CPIs que sabe de antemão jamais se concretizarão. Ainda que por estradas distintas, senadores e deputados oposicionistas passeiam pelo mesmo caminho da covarde indiferença trilhado pelo governo e sua base aliada.
Com a dignidade dilacerada pela crueza desse cotidiano hostil e atroz, vários milhões de sub-brasileiros representados por crianças, jovens, idosos, homens e mulheres ainda estão à espera de que algum outro navegante português de competência duvidosa se perca pelos mares do sul e os descubra.
Desiludidos, perceberam tarde demais que o Brasil Maravilha inventado por Lula não foi capaz de descobrí-los.
Impermeável a manipulações, a realidade fria e insensível cobra o seu tributo e remete a sétima economia do planeta às mais sombrias profundezas dos grotões do atraso e do subdesenvolvimento.
Acuada, prevalece a servidão que elege.
Mauro Pereira
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