O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresentou nesta quarta-feira um relatório no qual mostra que aumentou o número de adolescentes em situação de pobreza no Brasil.
Enquanto a situação atingia 11,9% da população nacional geral em 2009, entre os jovens de 12 a 17 anos, 17,6% estão inseridos em famílias cuja renda por pessoa não ultrapassa um quarto de um salário mínimo por mês.
Em 2004, eles eram 16,3%.
Os dados fazem parte do relatório "A situação da Adolescência brasileira 2011", que analisou esta parcela da população entre 2004 e 2009.
O Unicef revela também que a pobreza atinge mais os adolescentes (38%) do que a população nacional geral (29%).
Além do problema da pobreza, os adolescente brasileiros estão mais expostos à violência do que o restante da população. A taxa de homicídios nesta faixa etária é de 43,2 para cada 100 mil, enquanto que no resto da população a taxa é de 20 para cada 100 mil habitantes.
Os jovens também têm menos acesso à educação que as crianças.
Na infância, apenas 3% dos brasileiros estão fora da escola.
Na adolescência, 20% não estudam.
A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, reconheceu os esforços que o governo vem fazendo para diminuir as desigualdades, como a inclusão dos jovens no programa Bolsa Família, mas diz que o país precisa focar as políticas públicas para defender quatro grupos de adolescentes mais vulneráveis:
os que se encontram em situação de exploração sexual,
mães,
meninos chefes de família e meninos e meninas de rua.
Segundo ela, no Brasil a proporção de jovens explorados sexualmente é maior do que no resto do mundo.
- O que sabemos é que a pobreza atinge mais os adolescentes. Essa situação nos preocupa. Temos que ver como construir respostas. O primeiro desafio é quebrar o ciclo infernal de pobreza - disse, apontando que jovens pobres têm menos chance de sair desta situação na idade adulta.
O Globo
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