Contrariando o discurso atual do governo, os gastos da União continuam crescendo em ritmo superior ao da economia.
A desaceleração do avanço do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) para 0,8% no segundo trimestre, anunciada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não foi seguida pelas despesas correntes da máquina pública, reforçando dúvidas sobre a real disposição de contê-las.
A expansão sobre o trimestre anterior foi puxada, de novo, pelo consumo das famílias (1%), mas, sobretudo, pelas despesas do governo (1,2%). Na comparação com igual período do ano passado, a gastança avançou 2,5%.
O montante é superior aos R$ 182,3 bilhões de investimentos do período,
à arrecadação de impostos sobre os produtos e serviços (R$ 148,6 bilhões)
e à poupança bruta, que chegou a R$ 185,4 bilhões.
Segundo os técnicos do IBGE, o aumento dos gastos do governo não deve ser classificado como despesa, mas como oferta de serviço público. "A oferta está crescendo", disse Rebeca Palis, economista do IBGE.
"Essas despesas pegam gasto de custeio, mais remuneração de funcionários das três esferas de governo. Por definição, é o valor da produção do governo", explicou Roberto Luís Olinto, coordenador de Contas Nacionais do instituto.
Para especialistas, o custo do Estado aumentou.
Sílvio Ribas e Victor Martins Correio Braziliense
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