É incrível, mas foi o Tarso Genro que disse isso!
E o que fizeram os progressistas gregos, espanhóis e portugueses?
Inflaram os gastos públicos com pessoal,
empregaram seus companheiros no governo e nas estatais,
ampliaram os direitos sociais,
mas não os deveres fiscais dos cidadãos,
se endividaram temerariamente,
aumentaram as cargas trabalhistas e diminuíram a competitividade de seus produtos,
epa!, parece até que estamos falando do jeitão lulopetista de governar.
Seria uma autocrítica tardia?
Antes Tarso do que nunca.
E o que não fizeram os companheiros europeus?
As reformas tributárias,
previdenciárias,
políticas e econômicas que deviam fazer.
E foram atropelados pelos fatos, pelos números e pelas leis implacáveis do mercado, aquelas que não mudam por decreto nem "vontade política".
Nem bem refeito do choque com a surpreendente advertência de Tarso, levo um susto com o que leio nos jornais:
"É natural que os partidos indiquem os ministros e o seu entorno, mas o resto deve ser da burocracia, com servidores concursados."
Quem disse isso foi José Dirceu, aparelhador-mor do Estado, articulador das alianças com partidos podres e políticos fisiológicos que rapinam os cofres públicos, que agora defende a meritocracia e não mais a "ocupação estratégica dos espaços políticos" para a realização do grande plano de poder petista.
Duro vai ser tirar a companheirada do bem-bom e dar esses 25 mil cargos aos funcionários mais competentes.
Para nossa ainda maior surpresa, o PT desistiu publicamente da sua bandeira histórica do "controle social da mídia".
E, para encerrar a sucessão de assombros, as palavras abalizadas de Sarney, o nepotista-mor:
"Parentes no governo só criam problemas."
Não sei não, mas se eles continuarem com essas ideias amalucadas corremos o risco de acabar caindo numa democracia.
Nelson Motta/Globo
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