"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 12, 2011

"...se eles continuarem com essas ideias amalucadas corremos o risco de acabar caindo numa democracia." Antes Tarso do que nunca.

"Os partidos de esquerda que mantiverem a velha tradição de luta interna pelo controle dos aparelhos de poder, sem um projeto ousado e inovador, ficarão como os socialistas gregos, espanhóis e portugueses: sem fazer as suas reformas, serão reformados pelo mercado..."

É incrível, mas foi o Tarso Genro que disse isso!
E o que fizeram os progressistas gregos, espanhóis e portugueses?


Inflaram os gastos públicos com pessoal,
empregaram seus companheiros no governo e nas estatais,
ampliaram os direitos sociais,
mas não os deveres fiscais dos cidadãos,
se endividaram temerariamente,
aumentaram as cargas trabalhistas e diminuíram a competitividade de seus produtos,
epa!, parece até que estamos falando do jeitão lulopetista de governar.
Seria uma autocrítica tardia?
Antes Tarso do que nunca.


E o que não fizeram os companheiros europeus?
As reformas tributárias,
previdenciárias,
políticas e econômicas que deviam fazer.
E foram atropelados pelos fatos, pelos números e pelas leis implacáveis do mercado, aquelas que não mudam por decreto nem "vontade política".


Nem bem refeito do choque com a surpreendente advertência de Tarso, levo um susto com o que leio nos jornais:
"É natural que os partidos indiquem os ministros e o seu entorno, mas o resto deve ser da burocracia, com servidores concursados."

Quem disse isso foi José Dirceu, aparelhador-mor do Estado, articulador das alianças com partidos podres e políticos fisiológicos que rapinam os cofres públicos, que agora defende a meritocracia e não mais a "ocupação estratégica dos espaços políticos" para a realização do grande plano de poder petista.

Duro vai ser tirar a companheirada do bem-bom e dar esses 25 mil cargos aos funcionários mais competentes.


Para nossa ainda maior surpresa, o PT desistiu publicamente da sua bandeira histórica do "controle social da mídia".

E, para encerrar a sucessão de assombros, as palavras abalizadas de Sarney, o nepotista-mor:
"Parentes no governo só criam problemas."


Não sei não, mas se eles continuarem com essas ideias amalucadas corremos o risco de acabar caindo numa democracia.

Nelson Motta/Globo

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