"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 12, 2011

O CAVALO DE TRÓIA DO GOVERNO MAMBEMBE DA FRENÉTICA/EXTRAORDINÁRIA : Até aula de corrupção?

É verdade.
Eles não têm limites.

Em gravação telefônica autorizada pela Justiça, e que ajudou a pôr atrás das grades 35 acusados de desviar recursos do Ministério do Turismo, a Polícia Federal flagrou uma conversa surreal, inimaginável:
o número 2 na hierarquia da instituição ensinando um empresário a montar um negócio para participar do saque ao dinheiro que os brasileiros pagamos de imposto.

"O importante", explicava, "é a fachada; tem que ser uma coisa moderna, que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo". "O tamanho das coisas" também surpreende.

Em um só caso, a PF descobriu que a quadrilha roubou nada menos que R$ 3 milhões dos R$ 4,4 milhões liberados pelo Turismo para treinamento de servidores da pasta.

Ou seja:
foram embolsados quase 70% dos recursos. E quem diria:
o tal instrutor de corrupção chegou aonde chegou pelas mãos do PT, que em remotos tempos atuava como espécie de guardião da ética no país.

Hoje, aliada ao PMDB, a base do partido no Congresso ameaça se rebelar contra a faxina iniciada pela presidente Dilma. "Como se pode permitir que a PF acabe assim com um esquema que funcionou tão bem no governo Lula?", indignam-se os atingidos pela limpeza.

Até aqui, ao contrário do antecessor, a presidente não tem culpado a imprensa por noticiar os fatos. E já varreu do governo uma penca de suspeitos de corrupção.

Pois é, presidente, vai ser difícil governar com a turma da fisiologia pura, para usar eufemismo brando.
Será que adianta enquadrar o sujeito?

"Santinho, taí o ministério. Agora, ouça: a PF vai vigiar. Se fizer algum malfeito, já viu..."

Quem diria fôssemos ter saudade do tempo em que se roubava 5%, 10%, 15%?
Os escândalos de Adhemar de Barros, Maluf e PC Farias parecem fichinhas nestes tempos high-tech. Hoje, a impressão é que estão roubando a rodo.

Deus do céu, nem é bom pensar nos orçamentos bilionários do Dnit...
Por isso, presidente, não hesite em cortar na carne.
Cadeia neles!
Bom mesmo é que o Brasil faça uma Operação Mãos Limpas, à moda da Itália.

Por que os homens de bem do Legislativo, do Executivo, do Ministério Público e do Judiciário, num gesto de grandeza em nome das gerações que vão sucedê-los, não se unem para fazer essa imensa limpeza?

É bem verdade que talvez não houvesse cela suficiente para tantos corruptos, mas uma coisa é certa: nunca mais faltaria dinheiro para saúde, educação, transportes, segurança pública.

E nossos filhos e netos, com certeza, ficariam orgulhosos do legado que lhes deixaríamos.
Meu grande medo é que os interessados nessa faxina sejam uma ínfima minoria. Coitado do Brasil.
Os corruptos devem estar rindo da nossa cara.

Fernandes Vieira Correio Braziliense

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