É verdade.
Eles não têm limites.
Em gravação telefônica autorizada pela Justiça, e que ajudou a pôr atrás das grades 35 acusados de desviar recursos do Ministério do Turismo, a Polícia Federal flagrou uma conversa surreal, inimaginável:
o número 2 na hierarquia da instituição ensinando um empresário a montar um negócio para participar do saque ao dinheiro que os brasileiros pagamos de imposto.
"O importante", explicava, "é a fachada; tem que ser uma coisa moderna, que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo". "O tamanho das coisas" também surpreende.
Em um só caso, a PF descobriu que a quadrilha roubou nada menos que R$ 3 milhões dos R$ 4,4 milhões liberados pelo Turismo para treinamento de servidores da pasta.
Ou seja:
foram embolsados quase 70% dos recursos. E quem diria:
o tal instrutor de corrupção chegou aonde chegou pelas mãos do PT, que em remotos tempos atuava como espécie de guardião da ética no país.
Hoje, aliada ao PMDB, a base do partido no Congresso ameaça se rebelar contra a faxina iniciada pela presidente Dilma. "Como se pode permitir que a PF acabe assim com um esquema que funcionou tão bem no governo Lula?", indignam-se os atingidos pela limpeza.
Até aqui, ao contrário do antecessor, a presidente não tem culpado a imprensa por noticiar os fatos. E já varreu do governo uma penca de suspeitos de corrupção.
Pois é, presidente, vai ser difícil governar com a turma da fisiologia pura, para usar eufemismo brando.
Será que adianta enquadrar o sujeito?
"Santinho, taí o ministério. Agora, ouça: a PF vai vigiar. Se fizer algum malfeito, já viu..."
Quem diria fôssemos ter saudade do tempo em que se roubava 5%, 10%, 15%?
Os escândalos de Adhemar de Barros, Maluf e PC Farias parecem fichinhas nestes tempos high-tech. Hoje, a impressão é que estão roubando a rodo.
Deus do céu, nem é bom pensar nos orçamentos bilionários do Dnit...
Por isso, presidente, não hesite em cortar na carne.
Cadeia neles!
Bom mesmo é que o Brasil faça uma Operação Mãos Limpas, à moda da Itália.
Por que os homens de bem do Legislativo, do Executivo, do Ministério Público e do Judiciário, num gesto de grandeza em nome das gerações que vão sucedê-los, não se unem para fazer essa imensa limpeza?
É bem verdade que talvez não houvesse cela suficiente para tantos corruptos, mas uma coisa é certa: nunca mais faltaria dinheiro para saúde, educação, transportes, segurança pública.
E nossos filhos e netos, com certeza, ficariam orgulhosos do legado que lhes deixaríamos.
Meu grande medo é que os interessados nessa faxina sejam uma ínfima minoria. Coitado do Brasil.
Os corruptos devem estar rindo da nossa cara.
Fernandes Vieira Correio Braziliense
Eles não têm limites.
Em gravação telefônica autorizada pela Justiça, e que ajudou a pôr atrás das grades 35 acusados de desviar recursos do Ministério do Turismo, a Polícia Federal flagrou uma conversa surreal, inimaginável:
o número 2 na hierarquia da instituição ensinando um empresário a montar um negócio para participar do saque ao dinheiro que os brasileiros pagamos de imposto.
"O importante", explicava, "é a fachada; tem que ser uma coisa moderna, que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo". "O tamanho das coisas" também surpreende.
Em um só caso, a PF descobriu que a quadrilha roubou nada menos que R$ 3 milhões dos R$ 4,4 milhões liberados pelo Turismo para treinamento de servidores da pasta.
Ou seja:
foram embolsados quase 70% dos recursos. E quem diria:
o tal instrutor de corrupção chegou aonde chegou pelas mãos do PT, que em remotos tempos atuava como espécie de guardião da ética no país.
Hoje, aliada ao PMDB, a base do partido no Congresso ameaça se rebelar contra a faxina iniciada pela presidente Dilma. "Como se pode permitir que a PF acabe assim com um esquema que funcionou tão bem no governo Lula?", indignam-se os atingidos pela limpeza.
Até aqui, ao contrário do antecessor, a presidente não tem culpado a imprensa por noticiar os fatos. E já varreu do governo uma penca de suspeitos de corrupção.
Pois é, presidente, vai ser difícil governar com a turma da fisiologia pura, para usar eufemismo brando.
Será que adianta enquadrar o sujeito?
"Santinho, taí o ministério. Agora, ouça: a PF vai vigiar. Se fizer algum malfeito, já viu..."
Quem diria fôssemos ter saudade do tempo em que se roubava 5%, 10%, 15%?
Os escândalos de Adhemar de Barros, Maluf e PC Farias parecem fichinhas nestes tempos high-tech. Hoje, a impressão é que estão roubando a rodo.
Deus do céu, nem é bom pensar nos orçamentos bilionários do Dnit...
Por isso, presidente, não hesite em cortar na carne.
Cadeia neles!
Bom mesmo é que o Brasil faça uma Operação Mãos Limpas, à moda da Itália.
Por que os homens de bem do Legislativo, do Executivo, do Ministério Público e do Judiciário, num gesto de grandeza em nome das gerações que vão sucedê-los, não se unem para fazer essa imensa limpeza?
É bem verdade que talvez não houvesse cela suficiente para tantos corruptos, mas uma coisa é certa: nunca mais faltaria dinheiro para saúde, educação, transportes, segurança pública.
E nossos filhos e netos, com certeza, ficariam orgulhosos do legado que lhes deixaríamos.
Meu grande medo é que os interessados nessa faxina sejam uma ínfima minoria. Coitado do Brasil.
Os corruptos devem estar rindo da nossa cara.
Fernandes Vieira Correio Braziliense
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