"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

agosto 30, 2011

PIB: Cenário ruim leva analistas a revisarem para baixo expectativas de expansão em 2011

Diante das crescentes incertezas no cenário internacional, o mercado financeiro reduziu pela quarta semana seguida a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011.

A média dos analistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), aposta numa expansão anual de 3,79% ante os 3,84% previstos na semana anterior.

O prognóstico para 2012 também caiu, de 4% para 3,90%.
Na semana passada, o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu a expectativa de crescimento da economia brasileira, de 4,5% para 4%.


A projeção de crescimento da produção industrial este ano feita pelos analistas ouvidos pelo BC também continuou em 2,96%, mas a de 2012 recuou de 4,34% para 4,30%. A estimativa para 2012 ficou mantida em 5,20%, após três semanas de quedas.


Descrente da evolução da economia nacional nos próximos seis meses em razão ainda das políticas adotadas desde o fim do ano passado, o Indicador Serasa Experian de Perspectiva Econômica também recuou 0,1% no levantamento de junho frente a maio de 2011, atingindo a marca de 99,1 de uma escala até 100.

A oitava queda mensal seguida do indicador desenha os movimentos cíclicos da atividade econômica com seis meses de antecedência.

Com a série de recuos mensais, o indicador acumula variação negativa de 1% desde outubro de 2010, confirmando a impressão da consultoria de que a desaceleração continuará ao longo do segundo semestre de 2011.


Inflação
Para o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, o atual quadro de restrições monetárias e fiscais, com reflexos sobre a demanda doméstica, reduzirá o ritmo de crescimento anual do PIB para abaixo do potencial (4,5% ao ano). Até a inflação tem contribuído para a piora do cenário.

A expectativa de aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos analistas ouvidos pelo BC é de elevação de 6,28% para 6,31% neste ano.
Com isso, a previsão voltou a igual patamar de quatro semanas atrás.


A aposta média para o IPCA em 2011, feita pelo grupo dos

analistas que mais acertam as projeções coletadas semanalmente, o chamado Top 5, subiu de 6,30% para 6,34% em 2011 e de 5,09% para 5,10% em 2012.

Em relação à evolução da taxa básica de juros (Selic), os analistas mantiveram a previsão para o fim de 2011 em 12,50% ao ano, a mesma atual. E a projeção para o fim de 2012 recuou de 12,50% para 12,38%.

Para o mercado cambial, a previsão é de que o dólar chegue ao fim do ano em R$ 1,60, mesmo patamar estimado na última semana. Para o fim do ano que vem, a previsão foi mantida em R$ 1,65.

Sílvio Ribas Correio Braziliense

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