"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

fevereiro 01, 2011

"PARA O BRASIL CONTINUAR MUDANDO III" - ALIADOS MANTÊM CARGOS MESMO APÓS ESCÂNDALOS. POBRE BRASIL.


Aliados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), continuam empregados na Casa mesmo após os escândalos administrativos de 2009.

Um dos órgãos usados para abrigar esses apoiadores é o Conselho Editorial do Senado.

Lá estão lotadas, por exemplo, as jovens Nathalie Rondeau e Gabriela Aragão Mendes, segundo o site do Senado.
A primeira - aspirante a modelo - é filha do ex-ministro Silas Rondeau, afilhado político de Sarney.

A outra é filha de Aluizio Mendes, secretário de Segurança Pública da governadora Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão.

Em 2009, o Estado revelou que Nathalie foi nomeada por ato secreto em agosto de 2005 e que Gabriela era funcionária fantasma do Conselho Editorial, órgão que cuida da avaliação de publicações da gráfica do Senado. Sarney preside o conselho.

O vice-presidente é um velho amigo do senador, Joaquim Campelo Marques, lotado no gabinete da presidência do Senado.

Faz-tudo.

Também nomeada por ato secreto para o Conselho Editorial, Alba Leite Nunes Lima hoje está lotada no gabinete do senador.

Ela é mulher de Chiquinho Escórcio, uma espécie de faz-tudo da família Sarney e hoje suplente de deputado federal.
A filha do casal, Juliana, é funcionária do gabinete de Mauro Fecury (PMDB-MA), que era suplente de Roseana Sarney no Senado.
Aliado de Sarney, o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) emprega, segundo o site da Casa, Rosângela Terezinha Michels Gonçalves.

Candidata a miss Brasília em 1980, ela é ex-namorada de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado.
Desse relacionamento nasceu João Fernando Michels Gonçalves, ex-funcionário fantasma exonerado, por ato secreto, em outubro de 2008.
O presidente do Senado também mantém como seu assessor Jorge Nova da Costa, ex-governador do Amapá e suplente de seu mandato.

O de sempre

Terceira gestão de Sarney na presidência do Senado não resolveu problemas crônicos da Casa. Reforma administrativa A Fundação Getúlio Vargas foi contratada duas vezes - em 2009 e 2010 - para fazer uma mesma mudança na estrutura interna.
Recebeu R$ 500 mil.
A proposta empacou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e não foi votada até agora.

Horas extras e frequência

Foi anunciado controle eletrônico de hora extra e frequência dos servidores para acabar com pagamentos abusivos e combater fantasmas. Não funcionou. Senadores dispensaram funcionários de bater ponto.

Servidores fantasmas

Não houve redução do número de funcionários de confiança, um dos principais focos de irregularidades como servidores fantasmas Apadrinhados Aliados e parentes de apoiadores de Sarney continuam lotados no Senado.

Entre eles estão Nathalie Rondeau (filha de Silas Rondeau), nomeada por ato secreto para trabalhar no Conselho Editorial. Gabriela Aragão, filha do secretário de Segurança do Maranhão, e Rosângela Terezinha Michels Gonçalves, ex-namorada do filho de Sarney.

Diretorias

Em 2009, Sarney" prometeu reduzir a sete o número de diretores da Casa. O site do Senado informa que, hoje, há pelo menos 44 funcionários com cargos de diretoria. Salários e gratificações Foi aprovado em junho novo plano de carreira, gerando impacto de R$ 464 milhões na folha de pagamento. A proposta reduziu pela metade as gratificações, mas, em troca, reajustou os salários dos funcionários em 25%, na média.

Terceirizados

O número de servidores terceirizados não mudou.
Hoje, há cerca de 3,5 mil funcionários contratados de empresas fornecedoras de mão de obra.

Punições

Réu na Justiça por envolvimento nos atos secretos, o ex-diretor-geral Agaciel Maia conseguiu um alivio do Senado:
apesar da recomendação de uma sindicância para que fosse demitido, sofreu apenas uma suspensão.

Despesas

Os senadores receberão um novo plenário em 2011. O Senado gastou R$ 5 milhões numa reforma.

Leandro Colon O Estado de S. Paulo -

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