"Um povo livre sabe que é responsável pelos atos do seu governo. A vida pública de uma nação não é um simples espelho do povo. Deve ser o fórum de sua autoeducação política. Um povo que pretenda ser livre não pode jamais permanecer complacente face a erros e falhas. Impõe-se a recíproca autoeducação de governantes e governados. Em meio a todas as mudanças, mantém-se uma constante: a obrigação de criar e conservar uma vida penetrada de liberdade política."

Karl Jaspers

julho 27, 2010

PETROBRAS FAZ EMPRÉSTIMO NA CAIXA NA CATEGORIA "OUTROS"...

Ilustração Toinho de Passira

Fernando Nakagawa e Fabio Graner, da Agência Estado

Dados do Banco Central mostram um forte crescimento do crédito do sistema financeiro público para o governo federal, que passou de R$ 33 bilhões em maio para R$ 34,7 bilhões em junho.


Essa alta ocorreu por conta de uma grande operação de banco federal, que concedeu um grande empréstimo para uma empresa estatal do governo federal no mês de junho.

A autoridade monetária não detalha as operações individualmente, mas a Agência Estado apurou que esse movimento de junho teria ocorrido por conta de uma operação de valor próximo a R$ 2 bilhões entre a Petrobrás e a Caixa Econômica Federal.

No fim de 2008, em meio ao pior momento da crise financeira, o banco estatal já havia concedido empréstimo de cerca de R$ 2 bilhões para a companhia federal.

Na época, com o fechamento das linhas de crédito tradicionais no exterior, a petrolífera teve de buscar ajuda de emergência na Caixa para fechar o caixa.

O dinheiro foi destinado a operações corriqueiras, como pagamento de impostos e tributos.

O novo empréstimo inflou o volume de crédito dos bancos públicos em junho de 2010, ajudando a aumentar a participação desse grupo no total de crédito.

Ainda que tenha destinação semelhante ao de capital de giro, a operação foi classificada na categoria "outros" no relatório do BC por ter características especiais.

De prazo longo, a operação da Petrobrás também inflou o prazo médio dos empréstimos às pessoas jurídicas.

Na média, os financiamentos da categoria "outros" viram o prazo médio saltar de 228 dias em maio para 343 dias em junho.

Procurada, a assessoria de imprensa da Petrobrás disse que não se pronunciaria sobre o assunto.

A Caixa Econômica Federal não respondeu os pedidos de esclarecimento até a publicação desse texto.

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